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Já vai tarde (Dpvat & (Dpem)


Já vai tarde

*Por Circe Cunha 

Por certo, nenhum motorista brasileiro sentirá saudades ou a falta do seguro por Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Dpvat), que será extinto a partir de 2020, segundo prevê a Medida Provisória nº 904, publicada ontem. O seguro, criado em 1974, e que tinha como objetivo a cobertura em casos de morte, invalidez permanente ou assistências médicas por lesões causadas por acidentes de trânsito, era um dos campeões de reclamações, justamente no quesito seguro, sendo, por diversas vezes, apontado como ineficiente, burocrático e nada transparente. Esse tipo de negócio, entregue há décadas à iniciativa privada era “fiscalizado” pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e vinha, seguidamente, apresentando problemas pelo grande volume de queixas feitas pelos segurados. Em um levantamento de 2018, foram descobertos 11.898 casos de fraudes, o que colocava a Seguradora Líder no topo de reclamações feitas à Susep. Até mesmo o Tribunal de Contas de União (TCU), sempre moroso em seus processos, havia denunciado que o Dpvat acumulava milhares de ações judiciais naquela Corte, por diversos motivos, principalmente pelo não atendimento de segurado.

Segundo publicaram alguns jornais, a decisão do presidente Bolsonaro de extinguir o Dpvat e o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Embarcações ou por suas Cargas  (Dpem), teria objetivo político específico de atingir o atual presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), controlador e presidente do conselho de administração da seguradora Excelsior, uma das maiores do Nordeste nesse ramo e credenciada na cobertura do Dpvat.

Dados da Susep mostram que a Excelsior detém 2% da Seguradora Líder, consórcio que administra o Dpvat em todo o país. A própria atuação do deputado Luciano Bivar, na Câmara dos Deputados, indica que por diversas vezes esse parlamentar atuou diretamente em benefício dos negócios desse tipo de seguradora. Num dos projetos apresentado pelo deputado, o PL nº 7.038/2017, ficava estabelecido que o consumidor era impedido de escolher a oficina em que levaria seu carro para conserto. Estabelecia ainda que caberia às seguradoras escolher suas oficinas para reparos dos segurados.

Em longa reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, apresentado ainda em 2015, mostrava que o montante das fraude no Dpvat ultrapassava a cifra de R$ 1 bilhão por ano. Segundo apuraram o Ministério Público e a Polícia Federal, à época, diante de total ausência de controle, diversas quadrilhas de fraudadores aplicavam, frequentemente, golpes no sistema de seguros em todo o país. Protegidos pela certeza de impunidade e pelo próprio mecanismo burocrático do seguros, os bandidos deixaram um rastro de prejuízos e mostraram a fragilidade do negócio.

Desde que assumiu a Susep, Solange Vieira ficou incomodada com o que viu sobre o Dpvat. Foi até a Câmara e abriu o livro. Duas pessoas importantes nesse processo também são o delegado Marcelo Freitas,  hoje deputado, e o promotor do Ministério Público de Minas Paulo Marcio. Eles fizeram uma pesquisa cirúrgica sobre procedimentos suspeitos e têm toda a justificativa cientificamente comprovada para que o Dpvat deixe de ser o que é. Já vai tarde.

(Acesse a reportagem no link: https://glo.bo/2NLO05v )

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Frase que foi pronunciada: “O modelo tinha muitos problemas, era ineficiente e havia uma corrupção enorme”. Solange Vieira, superintendente da Susep, sobre o Dpvat
Fala governo » A senadora Soraya Thronicke sugeriu, por projeto, que as emissoras de tevê, canais abertos concessionários públicos, sejam obrigadas a transmitir, entre 19h e 22h, A imagem do Brasil. Seriam 18 minutos distribuídos entre notícias do Executivo, Legislativo e Judiciário. A parlamentar pede apoio da população para a aprovação do projeto. Trata-se de mostrar ao povo brasileiro o outro lado das notícias.
Torrente » VÍdeo:  Tem gente querendo saber a razão de a 202 Norte alagar daquela forma desproporcional. Também tem gente que descobriu a razão. A tubulação de águas pluviais é usada por moradores de rua como lixeira. Panelas, lonas, pedaços de pau, tudo jogado na galeria no eixinho.


(*) Por Circe Cunha - Coluna "Visto, lido e ouvido" - Ari Cunha - Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil - revistacobertura.com -  senado.leg - Blog/Google - Correio Braziliense





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