Começam estudos para revitalizar Shopping Popular.
Trabalho de empresas selecionadas pelo GDF vai avaliar questões financeiras e
jurídicas para a modernização e operação do lugar, que fica ao lado da
Rodoferroviária
O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da
Secretaria de Projetos Especiais, autorizou os estudos técnicos, financeiros e
jurídicos para a revitalização, modernização, manutenção e operação do Shopping
Popular, instalado ao lado da Rodoferroviária. Abandonado pelas gestões
anteriores, o lugar sofre com a falta de clientes. Os feirantes dependem da
frequência dos usuários do posto do Detran-DF – que não funciona aos fins de
semana.
As empresas – a Fundação Doimo, Uai Investimentos
Infraestrutura Empreendimentos e Incorporações e Mais Invest Empreendimentos e
Incorporações, vencedoras do chamamento público de novembro do ano passado –
têm 90 dias para apresentar as propostas, a partir de agora.
O Termo de Autorização foi publicado nesta
terça-feira (21) no Diário Oficial do DF. Depois que os estudos forem
concluídos, o projeto será analisado pelos técnicos do GDF e, caso aprovado,
servirá de base para a licitação das obras a serem feitas no espaço.
O governo espera publicar o edital de licitação até
setembro, assinar o contrato com a vencedora da concorrência pública até o
final do ano para que o início das obras aconteça no primeiro semestre de
2021.
“Nós temos certeza que, com todo esse processo de
parceria com a iniciativa privada, transformaremos aquela área, localizada num
espaço nobre da capital, num ponto onde a população do DF vai se encontrar não
só para fazer compras, mas também para marcar encontros”, afirma o secretário
de Projetos Especiais, Everardo Gueiros.
“O Shopping Popular de Brasília é um espaço em que
não queríamos privilegiar uma loja, ou um comércio-âncora, digamos assim. Mas
que seja um lugar com comércios menores, como uma feira. Onde pudesse ser
explorado também serviços”, completa.
Alguns projetos só chegam à
população graças às parcerias com o setor privado. É com esse modelo que
conseguimos desburocratizar, mas dentro da legalidade Everardo Gueiros,
secretário de Projetos Especiais
O consórcio que vai elaborar o projeto de
modernização do espaço poderá concorrer na licitação, mas não terá direito de
preferência. Mas a empresa que vencer a licitação das obras deverá ressarcir os
estudos elaborados pelo consórcio.
Feira do povo: O Shopping Popular foi criado em
2008 para abrigar ambulantes retirados de locais como o Setor Comercial Sul e a
Rodoviária do Plano Piloto. A ideia era transformá-lo numa grande feira com
concentração de diversos comércios.
No entanto, os negócios por lá não deram muito
certo. Entre os feirantes do Shopping Popular não faltam reclamações, a maioria
delas associada à falta de clientes. A única movimentação é motivada pelo posto
de atendimento do Detran – e apenas em dias úteis. “Aos fins de semana, quando
o Detran não abre, a gente nem vem”, conta Cleonice Maria de Jesus (foto), 71,
que trabalha há 12 anos por lá.
Ela paga a água e luz do box com o dinheiro que
ganha da aposentadoria e reclama que não consegue se sustentar com suas vendas.
“Há muito tempo estamos sofrendo com a falta de clientes. Muitos feirantes
estão endividados com bancos, perderam até suas casas. Tudo isso para tentar
manter o comércio”, conta ela.
O presidente da Associação dos Feirantes, Gil
Ramalho, também reclama dos governos anteriores e da dificuldade de acesso.
“Nós temos um estacionamento com mais de mil vagas, mas fecharam uma das
entradas. Para vir para cá, os carros precisam dar uma volta e ninguém para
aqui”, conta.
Gizella Rodrigues - *Colaborou: Daniela Brito, da
Agência Brasília * Com informações da Secretaria de Projetos Especiais.