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À Queima Roupa: Mateus Oliveira, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação


Mateus Oliveira, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação

O que fundamentou a proposta de mudança nas normas de uso e ocupação do SIG? Esse Projeto de Lei Complementar (PLC 13/2019) foi encaminhado em junho de 2019, fez parte de pacotes de medidas emergenciais (Destrava-DF) e tem como objetivo possibilitar maior gama de uso no SIG. Essa proposta tem como fundamento a ideia de que é consenso no meio técnico em termos de urbanismo, planejamento — inclusive pensando no tombamento —, que o SIG aguarda essa atualização dos usos há muito tempo. É importante ressaltar que essa medida vinha sendo proposta dentro do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB), que vem sendo debatido há 10 anos e tem pontos polêmicos e que esperamos concluir até o fim do ano. 

Por que destacar essa proposta do PPCub? Destacamos de dentro porque havia consenso  técnico da possibilidade de se prosseguir separadamente, não há impedimento. O projeto busca permitir maior gama de serviços e comércio no SIG, o que vai impulsionar geração de emprego e renda. Essa medida beneficia uma série de atividade que hoje existem e ocorrem de maneira irregular. Não só essa medida foi aprovada pelo Iphan em março em 2019, como o próprio Conplan, que congrega 15 membros do governo e 15 da sociedade civil, aprovou por unanimidade. Desde a entrega do projeto, em junho de 2019, aguarda-se a Câmara Legislativa avaliar. 

Por que esse projeto precisa ser avaliado rapidamente? Há uma grande urgência na sua apreciação, pois um dos pilares dessa gestão é buscar a melhoria da geração de empregos, o que essas alterações podem proporcionar. E o SIG tem um potencial conhecido para oferecer para a população que trabalha na região uma gama de serviços que não existem hoje e poderiam haver, bem como pode encurtar distâncias para moradores do Sudoeste, do Cruzeiro, da Octogonal, que podem ter mais opções de comércio, de lazer, de serviços e terem deslocamentos menores. Não há dúvidas que há uma vocação da área para ter serviços e comércios.

Essas mudanças causarão impacto no trânsito? Por determinação do governador, à época do envio, fizemos todos estudos e levantamento técnicos, incluindo o de tráfego. Não se trata de uma mudança de uso para habitação, muito embora o Iphan tenha até se posicionado a favor disso. Como se trata de uma ação emergencial, o importante agora é consolidar a vocação comercial. Os estudos de trânsito indicam que os efeitos serão pequenos, porque não há acréscimo de área construída. Mas haverá também melhorias do sistema viário e projetos de requalificação urbana que estão prontos e foram desenvolvidos pela Seduh. Os empreendimentos que se valerem desse novo uso aprovado deverão pagar a Outorga Onerosa de Alteração de Uso (Onalt), cuja arrecadação é destinada para o Fundo de Desenvolvimento Urbano do Distrito Federal (Fundurb). É uma arrecadação que a própria lei possibilita,  ela vai carimbada para esse fundo e só serve essas obras. Então, a própria aprovação da lei possibilita essa requalificação. 

Ana Maria Campos - Coluna "Eixo Capital" - Correio Braziliense



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