Eduardo Pedrosa -
Deputado Distrital (PTC) - "Brasília como capital da inovação"
Desenvolvimento por
meio da tecnologia e inovação, utilização de recursos naturais para geração de
emprego e pautas polêmicas na Câmara Legislativa, como o Projeto de Decreto
Legislativo (PDL) para barrar o aumento das passagens do transporte público.
Esses e outros temas foram abordados pelo deputado distrital Eduardo Pedrosa
(PTC) em entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV
Brasília —, na tarde de ontem. Presidente da Comissão de Desenvolvimento
Sustentável, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente e Turismo, o parlamentar
também comentou sobre as alternativas para o Distrito Federal crescer
economicamente e quais setores precisam de investimentos prioritários.
Quais as principais
pautas prioritárias no começo do semestre? Pelo que temos acompanhado, o maior interesse do governo é dar
encaminhamento aos projetos do SIG e das antenas, que é uma nova legislação das
telecomunicações do DF, uma forma de melhorar acesso de sinal, porque estamos
em uma posição muito ruim no ranking de acesso à informação no DF. De todas as
capitais, temos a pior em conectividade, das 14 com mais de 1 milhão de
habitantes. Então, muitas vezes estamos com o celular, mas sem sinal. É um
projeto fundamental para falar em internet 5G e revolução tecnológica.
Existe o projeto
que busca diversificar a área do SIG. Quais são as outras áreas com potencial
de desenvolvimento? Primeiro, acho
que temos de fazer um trabalho específico voltado para o Parque Tecnológico.
Essa é uma região que poderíamos investir e tentar, inclusive, criar uma zona
com segurança jurídica diferenciada para as empresas se instalarem ali. Em
segundo lugar, acho que todas as cidades do DF têm condições de melhorar o
desenvolvimento. Tenho acompanhado muito o Paranoá e o Itapoã, e as pessoas
estão me pedindo para criar algo nesse sentido lá. Estamos avaliando.
Com Brasília
chegando aos 60 anos, qual deve ser a vocação econômica? Mais participação do
governo ou da iniciativa privada? Qual equação? Não temos mais condição de viver em um Estado basicamente sustentado nos
alicerces do funcionalismo público. Hoje, isso mudou demais. As pessoas querem
menos interferência do Estado na economia, nas empresas. Acredito que o momento
é de desenvolver os empresários locais, trazer empresários de fora para cá.
Eles precisam de segurança jurídica, isso é importante para ter Brasília como
capital da inovação. Pela localização estratégica que temos no DF e a
capacidade de mão de obra, temos condição de nos desenvolver como um dos
centros de tecnologia referência da América Latina.
Como o senhor pensa
em conciliar desenvolvimento econômico com meio ambiente? Meio ambiente e desenvolvimento econômico podem caminhar juntos. Estive
lá no aterro e vi que o gás metano é basicamente eliminado. Em vários estados
no país e no mundo, a gente vê que o gás é usado para gerar energia e ajudar a
desenvolver mercados. São empregos gerados em torno disso. Ou seja, dinheiro é
desperdiçado, dá para ter eficiência muito maior do Estado.
O senhor tem um
projeto de lei voltado para incentivar a energia solar. Em que pé ele
está? Buscamos, no início, a isenção do ICMS para
aquisição das placas de energia, que estavam sem convênio renovado há dois anos
em Brasília. Lutei e realizamos. Estive na sexta-feira com o presidente do BRB
falando de uma linha de crédito que estava sendo desenvolvida para que as
pessoas possam fazer a energia solar aqui no DF de uma forma atrativa, com taxa
justa e placa com garantia. Estamos trabalhando em cima de um projeto para
trazer a perspectiva de, nas áreas rurais, os pequenos produtores gerarem
energia. Vamos alimentar famílias com esse projeto.
Muita gente quer
saber sobre o concurso da PMDF. São muitas pessoas esperando serem chamadas
para assumir. Acredito que a PM deve
encaminhar um processo para nomeação, até porque, se há concurso vigente, se há
possibilidade de nomear, é até mais fácil fazer isso do que um novo concurso.
Estamos aguardando o desfecho disso e cobrando bastante.
O que se pode fazer
em relação ao desemprego no DF e como a Câmara pode ajudar? Passa por trazer empresas para cá, desenvolver pauta econômica para
mobilizar o empresário local, e ele voltar a investir. Também temos de criar
condições para que as pessoas possam ter acesso aos trabalhos do novo milênio.
Os empregos de 10 anos atrás eram uns, os de hoje são outros. Temos de
capacitar pessoas em áreas específicas, voltadas para a área de tecnologia.
O senhor acabou de
entrar na política, assim como Ibaneis (Rocha). Como avalia o primeiro ano e o
começo de segundo ano do governador? Um bom ano. No
primeiro, o governo trabalha com o orçamento do governo que saiu. Naturalmente,
existem dificuldades. Política é um pouco diferente, mas ele acabou pegando a
manha no fim do ano, e o governo começou a caminhar. Agora, o orçamento é do
governo, que está há mais de um ano, não tem desculpa. O momento do Brasil pode
não ser perfeito, mas vemos que existe melhora econômica, e o DF, nesse
contexto, queremos que seja o Estado que mais vá se desenvolver ao longo do
ano.
E o aumento das
passagens de ônibus e do metrô? Como está isso na Câmara Legislativa? Foi criado um grupo de trabalho na Câmara com técnicos. A ideia é
entender esses números, porque o governo diz que existem tarifas que são um
pouco confusas. É normal aumentar o custo das coisas de um ano para o outro,
porque há inflação, tudo aumenta, mas, da forma que foi aumentado, não
sabemos se foi da melhor maneira. Porém não sei se deputados podem fazer algo.
Na legislatura passada se fez um PDL, e a Justiça derrubou porque foi
inconstitucional.
Alan Rios - CB.Poder - Foto: Reprodução