A paixão continuará a mesma
A pandemia mundial de coronavírus é um divisor de águas na sociedade. Faço parte do grupo que acredita plenamente no caráter de mudança permanente que a Covid-19 terá no nosso dia a dia. Práticas de higiene pessoal, relações trabalhistas, ocupação de espaços públicos, novos modelos de negócios, entre outros, são alguns dos pontos da convivência moderna que sofrerão algum tipo de transformação por conta da doença que paralisou economias e colocou milhões em quarentena ao redor do mundo.
Há, no
entanto, uma mudança que será a mais imediata de todas: menos é mais. Não só a
crise financeira fará as pessoas modificarem os hábitos de consumo, mas a
sensação do que é essencial para o dia a dia passará a ser fundamental neste
novo mundo pós-pandemia de coronavírus. Nós todos temos a crença de que vamos
sair dessa, e tomara que no menor tempo possível, mas comportamentos e
tendências do que virá pela frente ainda estão sendo moldados.
E uma das
atividades que passará por uma grande transformação é o mundo do futebol, que
movimenta cifras bilionárias tanto aqui no Brasil (no caso, em reais) quanto no
exterior (com seus valorizados dólares e euros). Ainda que as perspectivas para
a retomada das partidas, que completa esta semana um mês de paralisação nos
campos nacionais, continuem incertas, existe a certeza de que algumas mudanças
vão ocorrer no curto prazo. Entre elas, a redução de salários de atletas e
treinadores; uma diminuição abrupta nos valores de negociação de jogadores; e a
o endividamento ainda maior dos clubes brasileiros, que foram beneficiados nos
últimos anos com perdão e parcelamento de dívidas fiscais.
Sou fã de
futebol. Gosto de ver partidas e resenhar com os amigos e colegas de trabalho.
Faz parte do meu cotidiano acompanhar e sofrer de perto com o meu time de
coração, uma paixão que meu avô passou para o meu pai, que absorvi
completamente e repassei para a minha filha. Nestes tempos de quarentena,
assisti a duas séries sobre o esporte mais popular do mundo: The English Game e
Sunderland até morrer. De uma forma ou outra, espaçadas por um lapso temporal
de mais de 100 anos, abordam a paixão e a diferença de classes sociais no
futebol. Mostram como a profissionalização mudou a relação entre clubes,
torcida e jogadores. Uma nova era está por vir. Mas o fascínio continuará o
mesmo.
Roberto
Fonseca – Foto/Ilustração: Blog – Google – Correio Braziliense
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