Monumentos
de Brasília representados em flores e plantas. A exposição está na Ceasa e os
trabalhos são dois artistas da cidade
Imagine se as águas do Lago Paranoá virassem
hortênsias azuis e os arcos da Ponte JK, folhas de palmeiras. Ou se as conchas
do Congresso fossem feitas não de ferro e concreto armado, mas de coité
(cabaça) e bambu. E se a Torre Digital de Sobradinho se transformasse num
imenso arranjo de ipês amarelos a partir de um tronco chamuscado encontrado na
rua?
Pois, graças à habilidade e sensibilidade de dois
artistas florais e a generosidade dos produtores de flores da cidade, essa arte
pode ser vista até o dia 30 numa exposição na Associação Brasiliense de
Produtores de Flores e Plantas do DF, a Central Flores, localizada na Ceasa. A
iniciativa é uma homenagem da categoria aos 60 anos da nossa capital.
“Brasília é a capital da esperança. E é nisso que
acreditamos, em esperança de que tudo vai melhorar. E nós produtores,
funcionários, artistas florais reforçamos a importância das flores em nossas
vidas”, destaca a empresária e produtora de flores, Márcia Jakubowski,
idealizadora do projeto.
“Essa pandemia veio para nos ensinar que o amor ao
próximo é essencial, então através da minha arte eu tento passar para as pessoas
amor, paz de espírito, leveza e muita fé em Deus” ensina o designer
floral, Higor Lima, há 18 anos emprestando seu talento à essa técnica
milenar. “Tento, por meio do meu trabalho, realizar sonhos e levar alegria
para as pessoas”, emenda o artista, que dividiu os trabalhos com o colega
Rogério Firmino Salustiano.
As águas do Lago Paranoá virassem
hortênsias azuis e os arcos da Ponte JK, folhas de palmeiras. Foto: Acácio
Pinheiro / Agência Brasília
“Brasília é a capital da
esperança. E é nisso que acreditamos, em esperança de que tudo vai melhorar”,
diz a empresária e produtora de flores, Márcia Jakubowski, idealizadora do
projeto. Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
Ao todo, serão expostos no local, seis trabalhos,
todos feitos com as flores e plantas produzidas no cerrado brasiliense e
comercializadas pelos empresários do ramo na Ceasa. A ideia inicial era
promover um concurso de arte floral tendo como inspiração os 15 monumentos mais
representativos da cidade. Mas devido às limitações impostas pelo crise do
coronavírus, que impende aglomerações de pessoas, o evento foi readaptado. Por
enquanto.
“Tivemos que readequar o evento ao momento em que
vivemos, mas no ano que vem a ideia e transformar essa exposição num concurso”,
avisa Mária Jakubowski.
Flores solidárias: Além da Ponte JK, do
Congresso e da Torre Digital outros espaços icônicos da cidade ganharam uma
versão. Os deslumbrantes vitrais da artista pernambucana, Marianne Peretti, por
exemplo, foram representados por um belo arranjo feito por uma flor tropical,
chamada Heliconia Sassy. O Jardim de Burle Marx, paisagista que decorou com
beleza alguns pontos da cidade, foi feito com diversas folhagens do cerrado num
painel.
“A gente gosta de trabalhar com material diferente,
mas não estranho, o trabalho foi fluindo e assim nossos arranjos foram
nascendo”, conta Higor. “Há uma simbologia por trás de cada trabalho. O tronco
queimado encontrado na rua, por exemplo, é para as pessoas verem como Brasília
fica na época da estiagem, quando não tem chuva e o ipê, que um símbolo da
cidade, a grandeza”, explica o artista.
Não é a primeira vez que a Associação
Brasiliense de Produtores de Flores e Plantas do DF se solidariza com a
pandemia. Em março, a categoria doou flores a hospitais da cidade, em apoio aos
profissionais da saúde.
Galeria
de Fotos : ( https://bit.ly/2VZe007 )
Lúcio
Flávio - Agência Brasília
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CULTURA