Opinião:
Sonho, realidade e esperança. Acredite e confie. A celebração dos 60 anos
ficará para depois. No momento, o fundamental é agir como JK: planejar e
empreender
*Por Paulo Octávio
Nas suas
seis décadas de existência, Brasília mudou a geografia nacional. Fez com que um
país litorâneo e de grandes vazios demográficos se transmutasse para uma nação
integrada, interiorizada em seu amplo território e com melhor distribuição do
povo e do progresso, antes quase exclusivo da faixa sudeste-sul. Desenhada nos
traços do avião de Lúcio Costa, Brasília fez o Brasil decolar, como
meta-síntese do ambicioso programa de reconstrução nacional que Juscelino
Kubitschek empreendeu entre 31 de janeiro de 1956 e 31 de janeiro de 1961.
Mesmo
diante de ferrenha oposição, que torcia contra JK apostando no fracasso da
empreitada, ele triunfou graças à aliança do homem simples com os gênios que
convocou para auxiliá-lo no redesenho nacional. Foram as mãos dos operários e
os traços de engenheiros e arquitetos que ergueram não só uma capital em mil
dias, mas um novo Brasil em apenas cinco anos de mandato. O marco histórico de
21 de abril de 1960 mostra a importância de um líder que sabia se unir ao povo.
Lembrar a
maior epopeia do século passado é indispensável no Brasil e no mundo atuais.
Olhar com carinho e atenção a movimentação dos candangos, que deram vida às
ousadas propostas de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Recordar que, contra tudo e
todos, JK cumpriu sua maior promessa de campanha, a de transferir a capital
para o Planalto Central, como preconizavam as Cartas Magnas que regeram o
Brasil até então.
Esse
exemplo do passado nos auxilia, e muito, no momento presente. Brasília, que
agitou o mundo nos anos 1950/1960 não poderá comemorar seus 60 anos. Foi
forçada a parar por causa da pandemia da Covid-19, que engolfou o planeta.
Parada temporária, embora necessária. Um tempo para que vidas sejam poupadas. E
todas as vidas são importantes.
Não cabe
prever quando vão ser suspensas as medidas protetivas adotadas em todo o país
e, especialmente, na capital de todos os brasileiros. Mas sabemos que, depois
delas, será preciso retomar a atividade econômica, gerando emprego e renda na
maior quantidade e velocidade possíveis. Afinal, a vida está em constante
movimento, nos legando inúmeras lições. A lição desta geração será sobreviver à
pandemia e fazer voltar a girar a roda da economia quando for necessário.
Nós,
brasilienses e candangos, temos uma belíssima história de coragem, otimismo e
de transformação para mostrar aos nossos irmãos da nação. No nosso corpo corre
sangue pioneiro, de gente simples que cortou o Brasil na caçamba de um caminhão
para fazer o país andar. Estamos silenciosos hoje, por necessidade, mas temos
muito a falar. Porque somos os filhos da força de trabalho que, em apenas mil
dias, construiu a nova capital do Brasil e ampliou as fronteiras nacionais.
Fomos nós que unimos norte e sul, leste e oeste. Nós que integramos o
país.
Vai ser
daqui, também, que vamos mostrar que é tolice dizer “menos Brasília e mais
Brasil”. É mais Brasília e mais Brasil porque a nossa capital sintetiza a alma
brasileira. É daqui que sairão ações e modelos para tirar as demais regiões dos
entraves após o fim da pandemia.
Afinal,
entre as asas e eixos de Brasília, em cada ponto desta imensa cidade, ainda
pulsa o coração candango, feito de força, fé e coragem para construir e
realizar. Somos muitos, somos fortes, temos muita história. E vamos participar,
ativamente, desta nova reconstrução do Brasil, inspirados pelas lições de JK,
ensinando nossos compatriotas a acreditar, a superar as dores e os percalços
que encontramos. É esse sentimento e essa energia que temos de espalhar para
todo o Brasil, quando o momento atual passar – porque, tenham certeza, vai
passar.
É a
partir de Brasília que vamos empunhar a bandeira da esperança. Será com
determinação, que é a nossa força, que vamos ajudar o Brasil como um todo.
Porque, com todos juntos, o país vai dar a volta por cima e viver todos os
sonhos que pulsam no coração candango.
Acredite
e confie. A celebração dos 60 anos ficará para depois. No momento, o
fundamental é agir como JK: planejar e empreender. Só assim voltaremos a ser
grandes.
(*) Paulo Octávio
Alves Pereira, empresário. Fotos: Google, Carlos Vieira/CB/D.A
Press. Ilustração: Blog.
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