Governo
liberou 40 novos leitos para pacientes com coronavírus no Hospital Regional de
Santa Maria
Crescimento abaixo do esperado. De acordo com a Secretaria de Saúde, número de
casos da Covid-19 no DF é menor do que o previsto. Técnicos da pasta destacam
que o resultado foi possível devido às medidas adotadas pelo GDF, como o
distanciamento social e o fechamento do comércio
Em contraponto
à avaliação do Ministério da Saúde de que o Distrito Federal terá aceleração
descontrolada do número de casos de coronavírus, a Secretaria de Saúde reforçou
que a quantidade de pacientes de Covid-19 cresce em número menor do que o
previsto na capital federal. Segundo boletim divulgado ontem, o DF registra 485
pessoas com a doença e 10 mortes.
Até domingo,
eram sete óbitos e 468 pacientes infectados. Do total divulgado na noite de
ontem, 15 pessoas estão em estado grave e 39, apresentam quadro moderado.
Cinquenta e três estão hospitalizados — sendo
37 na unidade
de terapia intensiva (UTI). Os homens seguem como maioria entre os infectados,
com 56,29% (273). A faixa etária de 30 a 39 anos concentra o maior percentual
de casos, 28,7% (139). Com 141 pessoas com Covid-19, o Plano Piloto permanece
como a região com maior número de moradores com a doença, seguindo por Lago Sul
(60) e Águas Claras (56).
De acordo com
a Secretaria de Saúde, as medidas de contenção foram fundamentais para que o
quadro esteja melhor do que o esperado nas previsões, e é essencial que sejam
mantidas. “A curva de crescimento está abaixo das expectativas e isso se deve
às ações que estão sendo adotadas, como o distanciamento social e evitar
aglomeração e circulação na cidade”, afirmou o subsecretário de Vigilância à
Saúde no DF, Eduardo Hage.
As
recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o respaldo científico que
as medidas de isolamento têm foram destacadas por Hage. “É isso que está tendo
impacto positivo, além de evitar que serviços de saúde estejam congestionados,
dando espaço para as pessoas que precisam”.
Ao comentar
manifestações contra o isolamento, o subsecretário afirmou que a liberação
total de atividades é uma irresponsabilidade. “Qualquer pessoa que defenda a
diminuição das medidas de restrição está defendo sem nenhuma base científica. É
mais lógico crer que todos que estão trabalhando com base científica estão
corretos”, acrescentou.
A Secretaria
pediu apoio da população para que as ações de enfrentamento possam continuar
com eficácia. “Tem de haver adesão da população. À medida que as pessoas deixam
de cumprir as recomendações, a própria sociedade se expõe ao risco de mais
infecção”, frisou Hage.
Leitos: Apesar de não apresentar estimativas de qual a previsão de casos para as
próximas semanas, os técnicos da Secretaria de Saúde asseguram que o trabalho
está sendo feito para garantir o número de leitos suficientes para a
necessidade da capital durante a fase de pico da doença.
“Trabalhamos
para manter o sistema sem colapso. Mas estamos avaliando de acordo com situações
concretas dia a dia”, acrescentou o secretário de Saúde do DF, Francisco
Araújo. Ontem, foram liberados 40 leitos voltados para pacientes com
coronavírus no Hospital Regional de Santa Maria, além de 10 de pronto-socorro
com ventiladores mecânicos e 16 de retaguarda. “Foi um esforço conjunto entre o
governo, Secretaria e IGES (Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do
Distrito Federal), e esperamos, num curto espaço de tempo, liberarmos mais 26”,
destacou o diretor-presidente do IGES-DF, Sergio Costa.
Alexandre de Paula
– Foto: Davidyson/Ascon-Iges-DF- Correio Braziliense
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