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A NAMORADINHA E O CAPITÃO (Coluna Victor Dornas)


Extra! Extra!
Após Bolsonaro recolocar o olavista Dante Mantovani (que acredita em terra plana) na presidência da Funarte, Regina Duarte, sem medo, diz: “Que loucura isso, que loucura! Acho que ele está me dispensando.” Regina está certa. Ela serviu para cobrir o buraco do escândalo de Roberto Alvim, mas Bolsonaro, ao trocar de pele, não quer mais conversa. Ele agora está em guerra. 
E na estupidez da guerra, as mulheres perdem espaço.

Por Victor Dornas

 Não é preciso ser Sherlock Holmes para descobrir por que uma pessoa expulsa do Exército por ter confabulado a detonação de bombas em áreas públicas, ao assumir um cargo de gestão, no caso a maior de todas as gestões, promove o caos generalizado sob uma justificativa vitimista e populista de que, embora tenha aposentadoria especial desde os trinta anos pela inatividade parlamentar (nunca aprovou um único projeto que seja), se trata de nova política e, portanto, alvo frequente de inimigos de toda a sorte. 

O inimigo da vez é a namoradinha do Brasil.
Conforme expliquei em meu artigo sobre “Três Homens em Conflito”, Bolsonaro e Olavo estão numa disputa pra ver quem fala mais alto, quem é mais indecente, quem mata mais em tempo de pandemia. Dois sujeitos muito valentes que gostam de ofender mulheres em público, sem entrar em méritos de terem razão ou não. 
Mas gostam, pois são covardes.

Sendo assim, a namoradinha do Brasil, para permanecer no cargo, deve ficar “pianinho” e não contrariar as imposições descabidas desses dois projetos de machos. Regina dirá que está com medo, ou que está surpresa. Mas sendo um tanto machista, convenhamos que uma mulher que se presta ao ridículo da submissão por um político, dessa forma, não merece piedade.

Ainda assim, todos nós gostamos da Regina. Pois Regina é Regina, ora.
Nossa Chiquinha Gonzaga. Nossa Helena. Nossa querida.
A namoradinha do Brasil comprou Bolsonaro na baixa, porém numa baixa discreta. Ela foi aquele tipo de investidor que assume um risco, porém em questão de segundos é destroçada pela realidade incontestável: Fez um péssimo negócio. Nessa situação, sabendo que o título, no caso a moeda Bolsonaro, está desvalorizando a galopes diariamente, ela poderia até arcar o ônus, se fosse um simples caso de investimento. Mas não é! E com não é... caro leitor.

É o nome dela, a alma dela. 
Não é um simples título, um cargo ou aposta no mercado.
Por isso, a contragosto de seus familiares que certamente tem instrução política suficiente para notar o barco furado em que Regina entrou, ela, no entanto, reluta. Mantém firme sua disposição em continuar, mesmo não querendo, diante da frustração de saber que, como toda mulher que é apelidada de namoradinha, não terá força suficiente para desempenhar autoridade num contexto político dos mais machistas. Mulheres na política tem demonstrado força, punho. Um dos melhores exemplos da atualidade é a chanceler alemã Angela Merkel.

Regina não pode ser Merkel se sua incumbência reside numa pasta já atropelada pelo governo. Ela não tem força política, tampouco instrumentos legais para tanto. E machuca a alma de uma mulher a sensação de impotência, de submissão, de sufoco. Ela deve saber, melhor do que ninguém, que numa relação política abusiva, assim como em qualquer relação abusiva, protelar é pior.

As bolsas de aposta indicam que Guedes foi sobreposto. 
A próxima deve ser Regina, caso reste nela uma vontade genuína de mudar.


Victor Dornas – Colunista do Blog do Chiquinho Dornas 

Ilustração: Thiago

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