Edson de
Castro Presidente do Sindivarejista
“Nos dois
meses de fechamento, o comércio do DF deixou de faturar mais de R$ 400 milhões”
O Sindivarejista
tem uma estimativa de quantas lojas correm risco de fechar ou já não têm
condições de reabrir por causa do confinamento decorrente da pandemia de
Covid-19? Quando a pandemia acabar pelo menos 350 lojas de
shoppings e de entrequadras em todo o DF não mais abrirão, representando mais
de 1.750 pessoas desempregadas. É que muitos empresários não terão como pagar
aluguéis atrasados, impostos, compra de estoques e a folha salarial.
A Justiça
estabeleceu um cronograma de reabertura da economia. Concorda com as
regras? O ideal seria a reabertura de todo o comércio nesta
segunda-feira, dia 18. A economia está paralisada e o desemprego é crescente.
Há muita gente passando fome e esse drama cresce.
O governador
Ibaneis Rocha quer ter autonomia para decidir quando e quais atividades
econômicas devem abrir. Ele está certo? Está porque ele ouviu o setor produtivo antes de tomar as decisões. O
governador é um homem de diálogo aberto com todos os segmentos da economia.
Qual é a proposta
do Sindivarejista para esse momento de forma a preservar os comerciantes,
comerciários e a vida das pessoas? É uma ilusão
pensar que, ao ser aberto, o comércio receberá milhares de pessoas nos primeiros
dias. O consumidor está consciente dos riscos, usa máscaras e respeita as
regras. As vendas serão retomadas aos poucos e teremos as festas juninas e o
dia dos namorados, em junho, para dar um novo oxigênio às lojas. Nos dois meses
de fechamento, o comércio do DF deixou de faturar mais de R$ 400 milhões. Em
todo o país, a perda passa de R$ 550 bilhões. Algo inédito e histórico.
A OMS afirma
que o isolamento social é a única forma de evitar uma contaminação em massa e
muitas mortes. Acha que as pessoas vão sair para ir às lojas? Será um
retorno gradativo, mas o importante é que as lojas voltem a funcionar.
Quais setores foram
mais prejudicados? Confecções, calçados, cama
e mesa e estética, além de bares, restaurantes e lanchonetes. Economicamente,
2020 é um ano perdido. E o Brasil deve levar pelo menos seis anos para se
recuperar dos efeitos do coronavírus. O mundo será totalmente diferente depois
da pandemia porque a escala de valores da sociedade vai mudar. Já está mudando.
Ana Maria
Campos – Coluna “Eixo Capital” – Correio Braziliense
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