Diálogo e apoio como
apostas. Secretária de Empreendedorismo do Distrito Federal destaca que é
preciso atuar para que a empresa "não só nasça, mas consiga
sobreviver". Titular da pasta fala sobre as medidas do GDF para
impulsionar o setor produtivo
*Por Matheus Ferrari
O Governo do Distrito Federal
(GDF) aposta as fichas no diálogo e no suporte a micro e pequenos empresários
para reduzir os impactos da crise e alavancar o setor produtivo. Em entrevista
ao CB.Poder — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília —, ontem, a
secretária de Empreendedorismo, Fabiana Di Lúcia, detalhou as estratégias do
Executivo local, além de projetos e parcerias que estão sendo desenvolvidos
para viabilizar negócios no DF.
“Em um universo de mais de 330 mil
empresas, 99% são micro e pequenos empreendedores. Eles precisam de atenção
especial e corpo a corpo para que a gente possa fazer essa interlocução com
outros órgãos. Hoje, 88% do setor é de serviços e comércio. A secretaria
precisa estar atuante para que a empresa não só nasça, mas consiga sobreviver”,
afirmou Fabiana.
É
um momento de muitas mudanças para os empresários. Como a secretaria está
ajudando essas pessoas a se prepararem para viver essa situação? A mudança
é mundial. É necessária a ressignificação de atividades e conceitos de vida.
Precisamos inserir o setor produtivo, principalmente, micro e pequenos
empreendedores, nessas inovações tecnológicas, porque o modo de consumo mudou.
Vamos ter que ajudá-los a caminhar com esses avanços e também com os impactos
causados por essa pandemia. Vamos criar um aplicativo, em parceria com o Banco
de Brasília (BRB) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae), para uma plataforma de serviços, na qual o microempreendedor vai se
cadastrar, inclusive, o prestador de serviço informal, viabilizando a
formalidade. A pessoa que precisa do serviço vai ter essa plataforma como
ferramenta de acesso. Teremos uma reunião na sexta-feira para começar o desenvolvimento
do aplicativo.
A secretaria voltada ao
empreendedor era uma promessa de campanha do governador Ibaneis Rocha (MDB). O
que levou a criação da pasta e o que muda agora? No DF, em um universo de mais de 330 mil empresas, 99% são micro e pequenos
empreendedores. Eles precisam de atenção especial para que a gente possa fazer
essa interlocução com outros órgãos. Hoje, 88% desse universo é de serviços em
comércio. A secretaria precisar estar atuante para que a empresa não só nasça,
mas consiga sobreviver.
Existem áreas em que se verifica
potencial para crescer? Por
meio do programa Desenvolve DF, estamos disponibilizando lotes para que as
empresas se instalem. Temos a Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) do Gama,
de Santa Maria, de Ceilândia, o Polo JK, entre outras, em que ainda há
possibilidade de expansão de negócios. Há um projeto no Eixo Norte, onde
estamos tentando implementar o Polo Agroindustrial, em que vamos trazer grandes
indústrias para se instalarem no DF.
A secretaria vai ter alguma ação
no sentido de auxiliar o acesso ao crédito? O Supera DF veio para auxiliar, principalmente, nesse momento da
pandemia. Está sendo construído um fundo garantidor com o GDF e o BRB. Esse
fundo vem para empresas que não têm como oferecer garantias, mas que possuem
viabilidade de negócio. A ideia é que esse fundo continue após a pandemia.
Quais serão as principais ações do
Desenvolve DF? Ele é a
reformulação do antigo Programa de Desenvolvimento do DF (Pró-DF), por uma
determinação do Tribunal de Contas, que suspendeu a aplicação dele, em 2017, e
determinou que houvesse uma reformulação para definir aspectos mais objetivos
no acesso ao imóvel (para instalação da empresa). Estamos em fase de
regulamentação do texto, que será concluído em 4 de junho, quando o programa
entra em vigor.
Quais serão as principais
modificações do programa? A
aquisição do terreno será por meio da concessão do direito real de uso, e não
de compra. O empreendedor vai pagar um aluguel ao Estado para instalar a
empresa. Essa concessão dura de cinco a 30 anos e pode ser renovada por igual
período. Quem vai ter acesso, de fato, será quem quer implementar a atividade,
e não quem pretende uma forma de ascensão patrimonial com o imóvel. A pessoa
vai poder transferir a concessão, porque tem a questão da vocação empresarial.
Muitas vezes, inicia-se com um perfil e, depois, não há mais o interesse. Para
não prejudicar o contrato, a pessoa vai poder transferir ou instalar outras
empresas no empreendimento. Tudo isso, para viabilizar as atividades.
Entrevista completa - (02 Vídeos)
*Por Matheus Ferrari - Foto: Ana Rayssa/CB/D.A.Press - Correio Braziliense
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