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A CARA DE PAU DO MBL (Política Brasil)



“São trinta e oito mil famílias mortas!!! Eu votei no senhor!! Fiz campanha! Meu canal no youtube é “Cris Bernart”! Vim aqui com todo o meu coração e eu sinto que o senhor traiu nossa população. O senhor falou que não faria conchavo, dando cargo pro centrão. Botou petista na PGR!”. Enquanto o país afunda em escândalos de corrupção na aquisição de aparelhos médicos, a grande imprensa dá voz à uma assessora do Vereador Fernando Holiday, um dos líderes do Movimento Brasil Livre, travestida de eleitora inconformada para fazer politicagem de segunda linha. “É isso mesmo! Estamos intensificando as ações!” Justifica Renan Filho, também do MBL...

Por Victor Dornas

O governo Jair Bolsonaro encontrou mais rivalidade em sua base aliada de araque do que na dita esquerda que ainda busca se recompor do cancro chamado Lula. Nomes que fizeram campanha para Bolsonaro agora se insurgem como cães arrependidos, arguindo que, em nome do patriotismo, devem doravante reparar seus erros das eleições de 2018. Muito nobre em termos teóricos, porém pouco condizente com os fatos.

Na manhã de hoje, enquanto o ministro do STJ Francisco Falcão mandou bloquear 25 milhões do governador do Pará, o MDBista Helder Barbalho em apuração de irregularidades como a aquisição fraudulenta de 400 aparelhos respiradores superestimados em 87 % de seu valor, e a polícia federal realiza batida na residência oficial do mesmo, boa parte da grande mídia dava mesmo ou até maior enfoque à seguinte matéria: “Bolsonaro manda eleitora cair fora.”

A tal “eleitora”, conforme posto, em verdade é funcionária lotada em gabinete do vereador Fernando Holiday que, por sua vez, logicamente, diz não ter nada a ver com isso. Que o dinheiro era dela, ora bolas!

Poucos minutos após a farsa, vários perfis do grupo já publicavam nas redes sociais: “Bolsonaro sendo ignorante com eleitor”, em sincronia com parte da mídia que parece não ter problemas em partidarizar a questão. A eloquência, o deboche, tudo isso faz parte do jogo. O que não pode ocorrer, e tem havido com cada vez mais frequência no cenário político brasileiro, são partidos ou grupelhos  ideológicos usando verba pública ou estimulando seus funcionários contratados com verba a pública a protagonizarem esse circo. A perda de foco, num momento como esse, revela a quão precária é nossa democracia.

O MBL precisa entender que jamais será a oposição, ou a esquerda.

A oposição, a verdadeira, se recorda quando o deputado Kim Kataguiri disse que Karl Marx havia repensado “seus erros” após a primeira guerra mundial, sendo que, como todos sabem, Marx foi um economista que viveu até 1883, muito antes da guerra ser sequer deflagrada em julho de 1914. Não são vocês que farão o papel de racionalizar os erros da direita enquanto situação. 

Não adianta buscar uma falsa isonomia, como no tal movimento furado dos “70 % pela democracia” que usou vídeos da campanha do Lula sem contar, sequer, com a anuência do mesmo ao protesto, ao contrário, foram humilhados pelo presidiário virtual. O MBL restou como um movimento dito de centro, porém não o centro político uma vez que nosso país ainda não comporta esse tipo de isenção e sim o centro do parasitismo político de ocasião.

O governo está cada vez mais enfraquecido, por erros políticos sem dúvida alguma, porém em maior parte pela péssima assessoria. Porém chama atenção sobre aquilo que advirá. Um governo que não apresenta qualquer escândalo de corrupção sendo demolido por um conluio de grupelhos como o MBL e parte da grande imprensa que não tem vergonha em manter em seu quadro de funcionários parentes de deputados inclusive.

É o ciclo de guerra política no Brasil, protagonizado por oportunistas sem qualquer escrúpulo ou decoro na atribuição de suas funções. Um jogo de vale-tudo onde jornalista é porta voz de político e age como tal, anunciado aos quatro ventos, seus achismos e aspirações, como se ele próprio fosse um deputado. “Vamos derrubar esse governo gente!”, diz o jornalista de centro.

O MBL mostrou, mais uma vez, por qual motivo consegue ser odiado pela esquerda e também pela direita. Está sempre procurando o centro, o centro das atenções. Custe o que for necessário. Não é por ideologia e sim por "likes"!



(*) Victor Dornas - Colunista do Blog Chiquinho Dornas , fotos ilustração: Blog-Google.. 


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