Por Victor Dornas
Weintraub caiu por um motivo muito simples. Ninguém quer
conversar com ele com congresso e o resultado disso foi a devolução ao superávit
do erário de verbas que deveriam ter sido aplicadas em bons programas. A culpa?
Em parte dele próprio, contudo, assim como se verifica na saúde, um dos
principais problemas do estado brasileiro é a falta de gestores competentes
para administrar a verba pública com a sucessão de devoluções de verbas n final do ano fiscal.
A gestão pública, por natureza, muitas vezes não
pode ser auditada em questões de eficiência, uma vez que a mera aplicação da
lei não garante que o gestor atuará da melhor forma possível. A natureza do
serviço público impõe essa anomalia perversa de ausência de uma clientela
direta para reclamar do mau profissional, cuja repercussão imediata é um furo no bolso do próprio gestor.
Weintraub achou por bem, diante da falta de ter o que fazer
no MEC, insuflar escândalos diplomáticos via Twitter, coisa que irritou bastante
os generais do governo, que, aliás, nem deveria estar lá de qualquer modo mas,
obviamente, são determinantes na hora de apitar a Bolsonaro quais são os seus
limites.
Uma questão indigesta nisso tudo é a presença no debate
político de pessoas recém chegadas ao plenário como Tábata Amaral, que nunca administrou
nem uma barraca de picolé, auferindo de voz proeminente na grande mídia para
dar seus pitacos sobre a gestão do MEC com certa recorrência.
O brasileiro tem essa facilidade de se deixar apaixonar por neófitos no reino da purpurina de grande mídia. Insta citar que o capitão Bolsonaro, que jamais abandona seus soldados, vide o acusado por formação de milícia e organização criminosa Fabrício Queiroz, quer bonificar Weintraub por sua obediência, dando ao mesmo um cargo no banco mundial, uma espécie de financiador de programas ambientais, educacionais e sociais. O salário? Em dólar. Na atual cotação, 116 mil reais líquidos mensais. Um verdadeiro marajá, não é verdade?
O brasileiro tem essa facilidade de se deixar apaixonar por neófitos no reino da purpurina de grande mídia. Insta citar que o capitão Bolsonaro, que jamais abandona seus soldados, vide o acusado por formação de milícia e organização criminosa Fabrício Queiroz, quer bonificar Weintraub por sua obediência, dando ao mesmo um cargo no banco mundial, uma espécie de financiador de programas ambientais, educacionais e sociais. O salário? Em dólar. Na atual cotação, 116 mil reais líquidos mensais. Um verdadeiro marajá, não é verdade?
Pasme, leitor. Rodrigo Maia, o político que, em toda história
humana, conseguiu mais proeminência tendo tão poucos votos, resolveu comentar a
questão ao ser provocado por uma jornalista da grande mídia, afinal de contas
ele é pago para tecer juízo político sobre coisas dessa natureza. Maia disse
que Weintraub foi responsável pela falência do banco Votorantim, ironizando a aludida e provável nomeação do mesmo ao posto de economista do banco mundial, cargo este que ainda
depende de anuência de vários países.
Pois é, natural numa republiqueta da
treta que as figuras se ataquem assim.
Weintraub foi um bom ministro? Evidente que não. Sem
respeitabilidade no parlamento todas as iniciativas promovidas por ele eram minadas.
O episódio da manifestação sem máscaras que rendeu ao governo o vexame ao ex-ministro
de ser multado pelo GDF foi a gota d’água.
Persiste o questionamento correto: Nas últimas décadas,
tivemos algum ministro do MEC muito bom? No Brasil não se investe pouco em
educação como se pensa por aí. Existe uma máfia de papeleiros que adoram fingir
que pesquisam enquanto sugam o erário. É fato.
Urge, portanto, uma legislação sofisticada para distinguir o
bom acadêmico do ocioso. Além disso, um bom grestor que promova a boa política
e tenha tarimba para priorizar os bons projetos. O sucessor de Weintraub,
entretanto, dizem que será da turminha do Olavo, assim como os seus dois
predecessores. Olavo negou a indicação para ser gestor do MEC, não por falta de
vergonha na cara como ele próprio diz, mas sim por ter a oportunidade de enviar
seus cavalos de troia para testarem seus ensinamentos nada científicos.
O próximo será neste tom. Assim como o Ministério da Saúde
que tem como mentor o deputado Osmar Terra e suas previsões no mínimo ousadas, o
MEC também tem o seu tutor que envia mais ou menos sutilmente as suas
orientações por wi-fi, no caso, Olavo. O governo de Bolsonaro tem méritos, tem pastas sérias. Mas tem
essa estranheza que o acompanha desde a eleição.
Uma estranheza que o elegeu e
também está derrubando-o.
(*) Victor Dornas - Colunista do Blog Chiquinho Dornas ,fotos ilustração: Blog-Google
(*) Victor Dornas - Colunista do Blog Chiquinho Dornas ,fotos ilustração: Blog-Google