Dom Sérgio da Rocha celebrou, no
último sábado, um missa de despedida na Catedral Metropolitana
Fé e gratidão na despedida. Após
nove anos de trabalho, dom Sérgio da Rocha despede-se da Arquidiocese de
Brasília e toma posse como novo arcebispo de Salvador, na Bahia. Legado na
capital federal é marcado pelo espírito missionário
“Agradeço
muitíssimo porque, em Brasília, me senti amado e acolhido em uma casa, em uma
família, que é marcada por gente das várias regiões do Brasil e também de fora.
Agradeço muito ao povo querido da cidade, pela acolhida que recebi nestes anos
todos. Mas, sobretudo, àqueles que colaboraram comigo no trabalho ao longo
destes nove anos. Eu não trabalhei sozinho, nós assumimos juntos a missão da
igreja”.
As palavras de gratidão são do
cardeal Sérgio da Rocha. Após nove anos como arcebispo metropolitano de
Brasília, dom Sérgio, como é carinhosamente chamado pelos brasilienses, deixou
a capital federal para assumir a administração da Arquidiocese de Salvador
(BA).
Ele embarcou, na manhã de terça-feira, para a capital baiana, onde tomou posse oficialmente como novo arcebispo da cidade, em cerimônia realizada na noite de ontem. Ao Correio, dom Sérgio afirmou que o espírito missionário é um dos legados deixados, onde esteve à frente da igreja católica desde agosto de 2011. “Creio que, neste período, fizemos um esforço muito grande, primeiramente, para que a igreja, em Brasília, fosse missionária, e que estivesse presente em todas as regiões do DF, não só criando paróquias, mas formando comunidades, onde as pessoas pudessem viver da fé e do amor ao próximo”, disse. “Por isso, eu deixo, de coração, essa igreja com esta graça que é de Deus, mas também fruto do trabalho de muita gente, marcada pelo espírito missionário e pela vida fraterna, sobretudo, pela unidade de assumirmos juntos a missão de evangelizar”, complementou.
Entre as atividades de destaque do religioso, também está a atuação como presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de 2015 a 2019. Em novembro de 2016, dom Sérgio foi intitulado cardeal pelo papa Francisco, no consistório realizado na basílica de São Pedro, onde recebeu o título da basílica de Santa Cruz na Via Flaminia, em Roma. O cardeal também é membro do Conselho da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos (Vaticano), da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) e da Congregação para o Clero (Vaticano).
Para o padre João Firmino, pároco da Catedral Metropolitana de Brasília, dom Sérgio também deixa uma herança voltada para a formação dos religiosos. “Foi com ele que inauguramos o seminário propedêutico, onde acolhemos os seminaristas antes mesmo de começarem os estudos da filosofia e da teologia”, pontuou. Durante este período de quase uma década, o arcebispo também foi um dos responsáveis pela implementação da Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília (Fateo).
Padre Firmino também destacou o trabalho pastoral desenvolvido por dom Sérgio da Rocha. “As visitas pastorais, em todas as paróquias, e o trabalho em todas as comunidades, proporcionaram várias ações em contato, por exemplo, com os centros de educação. Foi uma marca deixada por ele”, afirmou. “A presença dele é marcada por essa visão tanto da parte dos leigos quanto da parte dos padres”, complementou o pároco.
Por meio de nota, a Comissão de Justiça e Paz de Brasília (CJP) reverenciou a atuação do arcebispo no DF. “Somos gratos a dom Sérgio em seu exercício episcopal, no cumprimento do mandato por justiça e paz, que tanto fortaleceu à CJP de Brasília e às Pastorais Sociais”, diz um trecho do texto.
Arcebispo: Dom Sérgio da Rocha foi nomeado para o comando da igreja, em Salvador, pelo papa Francisco, em 11 de março. Na ocasião, o líder da igreja católica também assinou o ato de acolhimento da renúncia do então arcebispo da capital baiana, dom Murilo Sebastião Ramos Krieger.
Desde então, dom Sérgio permaneceu como administrador da Diocese, na capital federal. A despedida ocorreu em uma missa celebrada no último sábado. A cerimônia foi transmitida, ao vivo, pelas redes sociais, em função das restrições impostas, até então, por decreto governamental, em virtude da pandemia do novo coronavírus.
A Arquidiocese de Brasília realizará um processo de eleição para escolher um administrador diocesano. A Diocese tem oito dias, contados a partir das 20h de ontem, após a posse de dom Sérgio em Salvador, para eleger o novo líder, que fica no cargo até a indicação do papa Francisco para o novo arcebispo da capital federal. No entanto, não há data prevista para a determinação do líder máximo dos católicos.
(*) Matheus Ferrari – Foto:
Secom/Arquidiocesana-Divulgação-Blog-Google – Correio Braziliense
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