Técnica de enfermagem do Hran se
dedica a trabalho no pronto-socorro. Profissional abriu mão da vida familiar
para trabalhar junto a pacientes internados com a Covid-19
Em um momento de pandemia do novo coronavírus
(Sars-CoV-2), o trabalho dos profissionais da saúde nunca foi tão essencial e
necessário. Doar-se em tempo quase integral, afastar-se da família e arriscar a
própria vida em prol de um desconhecido é o sacrifício feito por quem tem
trabalhado na linha de frente no combate a Covid-19.
Bruna Almeida, 28 anos, é uma das heroínas que
atuam na rede pública de saúde do Distrito Federal. Ela é servidora da
Secretaria de Saúde há quatro anos e sempre trabalhou como técnica de
enfermagem no pronto-socorro e no box de emergência do Hospital Regional da Asa
Norte (Hran). Desde quando a unidade hospitalar se tornou referência no
atendimento a pacientes com Covid-19, Bruna está longe do marido e dos dois
filhos, de 7 e 5 anos.
“Por medo de pegar o coronavírus, preferi não
colocar a vida da minha família em risco. Um dos meus filhos tem bronquite.
Além disso, eles sempre têm contato com as avós, que são do grupo de risco por
serem idosas, diabéticas. Foi uma decisão muito difícil, sempre me pego
pensando se fiz certo em me afastar, em estar longe deles”, relata.
Bruna está hospedada no hotel Gran Bittar. Ela,
juntamente com outros 249 servidores do Hran foram beneficiados pelo Programa
Acolher, parceria entre as Secretarias de Saúde e de Turismo. Para matar a
saudade dos filhos, que é imensa, sempre que pode faz chamadas de vídeos para
conversar com os pequenos.
“Mesmo antes da pandemia, quando eu chegava em
casa, antes de abraçar meus filhos eu ia direto para o banheiro tomar banho. Da
última vez que estive lá em casa meu filho menor questionou se eu não iria
entrar e tomar meu banho. Isso cortou meu coração, porque eles sentem muito a
minha falta e apesar de estar aqui no hotel, nada substitui o aconchego do meu
lar”, diz.
Trabalho: A rotina de trabalho de Bruna tem
sido cada vez mais cansativa, tanto fisicamente como psicologicamente. Segundo
ela, o trabalho tem sido dobrado, tendo em vista que foi ampliada a carga
horária de boa parte dos servidores que trabalham no Hran, inclusive, a dela.
“Além do trabalho, tem o psicológico da gente, que
fica muito afetado. Somos seres humanos, também temos medo de pagar a Covid-19.
Ficamos vulneráveis tanto fisicamente, como psicologicamente”, destaca Bruna.
De acordo com a técnica de enfermagem, todos os
profissionais que estão na linha de frente dos atendimentos aos pacientes com
coronavírus estão trabalhando com dedicação exclusiva, pois é uma rotina dura e
desafiadora.
“Hoje, minha família se tornou os colegas de
trabalho e também os pacientes. É com eles que eu converso diariamente. É uma
situação muito difícil para todos, principalmente para os pacientes, que estão
doentes e não podem ter ninguém da família para dar apoio”, analisa. Segundo
Bruna, os profissionais da saúde vivem um momento ímpar, de entrega e em prol
de salvar diversas vidas.
Agência Brasília - Com informações da Secretaria de
Saúde
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