Restaurantes negociam liberação
*Por Darcianne Diogo - Juliane Andrade
Reabertura de estabelecimentos do setor alimentício será tema de live hoje, com a participação de representantes dos segmentos e do governador Ibaneis Rocha. Ontem, o Governo do Distrito Federal decretou a reabertura de feiras livres e populares. Decreto publicado ontem permite o funcionamento da Feira dos Importados e de outras
O Governo do Distrito Federal (GDF) segue com a liberação gradual das atividades econômicas da cidade. Ontem, o governador Ibaneis Rocha (MDB) ampliou a autorização de funcionamento das feiras permanentes e permitiu as reaberttura das livres e das populares, a partir de quarta-feira, das 9h às 17h. Além das feiras, a reabertura de bares e restaurantes começa a ser discutida. Hoje, o chefe do Buriti deve participar de uma live com representantes do setor.
A decisão que autoriza o funcionamento das feiras foi publicada, ontem, em uma edição extra do Diário Oficial do DF (DODF). Com a mudança, locais como a Feira dos Importados entram na lista dos liberados para funcionar. Os respectivos estabelecimentos poderão abrir das 9h às 17h. A abertura das praças de alimentação e o consumo de alimentos nos espaços permanecem proibidos.
Enquanto isso, representantes dos bares e restaurantes pressionam o governo para também terem o direito de retomar as atividades e receberem clientes nos estabelecimentos. A Federação do Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio-DF), o Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) se reunirão com o chefe do Executivo local para apresentar um novo protocolo de reabertura.
O Correio teve acesso ao documento, de 26 páginas, em que as entidades citam a quantidade de demissões. De acordo com o presidente do Sindhobar, Jael Antonio, mais de 10 mil pessoas foram mandadas embora e cerca de 1 mil estabelecimentos estão fechados desde o começo da pandemia. “Nenhuma empresa manteve o quadro de funcionários como era antes. Tememos que esse número de demissões chegue a 30 mil no próximo mês”, destacou.
No protocolo, as entidades comparam os números de casos confirmados pela covid-19 no DF com o de outras unidades da Federação, além das taxas de ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs). “Estamos mostrando que estamos com condições de reabrir. Nós, do setor, temos ficado apenas observando o que está ocorrendo, porque a cidade inteira está praticamente funcionando”, questionou Jael.
Prevenção: O protocolo engloba uma série de normas a serem submetidas ao GDF. Uma delas é a diminuição na capacidade do público dentro dos estabelecimentos, bem como a separação mínima de um metro e meio entre as mesas. Nas filas para a entrada ou para o pagamento da conta, a distância obrigatória entre as pessoas deverá ser de um metro. O cardápio deverá seguir um novo modelo. “Sugerimos um menu digital, por QR Code. As medidas de segurança e de higienização serão rigorosas. Não abriremos de qualquer forma”, ressaltou o presidente do Sindhobar.
Na avaliação dos setores, os restaurantes que funcionam a quilo serão um desafio maior. Entre as normas estipuladas estão a disponibilização de luvas descartáveis e a cobertura com protetores salivares nos alimentos do bufê. Aos funcionários, a regra é clara: usar o uniforme somente no local de trabalho. Está proibido o compartilhamento de equipamentos de proteção individual (EPIs) entre os colaboradores.
Os empregadores deverão ficar responsáveis, ainda, pela orientação aos clientes. De acordo com o protocolo, os funcionários devem alertar as pessoas sobre as medidas de prevenção. “Oriente os consumidores a fazer o pagamento preferencialmente com cartões ou por meio do celular, evitando a manipulação de notas e moedas”, diz o texto. Nos banheiros e lavatórios, a regra é colocar cartazes informativos com instruções sobre a lavagem correta das mãos e uso do álcool em gel.
Segundo o presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, é importante que o governo estipule uma data para a reabertura desses segmentos. “Brasília recebe muito turista para negócios e, por isso, os restaurantes são um padrão de qualidade na capital. Muitos adotaram o esquema delivery, mas isso representa apenas 30% do custo da empresa. Temos empregadores que não vão conseguir reerguer a empresa, pois estão com dívidas com os fornecedores e não têm linha de crédito com os bancos”, frisou.
Templos religiosos na pauta da CLDF: A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) deve votar, amanhã, projeto de lei para incluir templos religiosos no rol de atividades essenciais. De acordo com o deputado Rodrigo Delmasso (Republicanos), autor da proposta, o objetivo é dar mais embasamento às decisões governamentais a respeito de entidades desta natureza. Ainda segundo o parlamentar, o projeto busca garantir que as pessoas tenham assistência religiosa, mesmo em tempos de pandemia ou com estados de calamidade decretados. “A gente considera que, da mesma forma que os hospitais cuidam da nossa saúde, as igrejas cuidam da nossa alma”, afirma o deputado. O funcionamento de templos religiosos foi autorizado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) a partir de 3 de junho.
(*) Darcianne Diogo - Juliane Andrade - Foto: Barbara Cabral/CB/D.A.Press - Correio Braziliense
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