Setor de eventos elabora
protocolo.Promotores e sindicatos pedem ao Governo do
Distrito Federal (GDF) a volta gradual das atividades. Segmento propõe quatro
fases para a retomada, a partir do momento em que caírem a taxa de ocupação de
leitos públicos de UTI e o índice de transmissão do vírus. Pedro Affonso, da Capital Week
Entretenimento: "Retorno responsável"
Promotores de eventos no Distrito Federal enviaram
ao governo um documento com propostas de reabertura do segmento. O objetivo das
associações e sindicatos do setor é garantir o retorno das atividades de forma
gradual, em quatro fases que acompanham os índices de saúde pública. Tendo como
base modelos de outras unidades da Federação e de países, o protocolo solicita
a realização de eventos presenciais a partir do momento em que houver ocupação
de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) inferior a 70% na rede. A
proposta também estipula prerrogativas mínimas de segurança, com orientações
gerais e segmentadas para cada área de atuação, além da quantidade de público
permitido em cada etapa.
O protocolo é resultado de trabalho em conjunto
entre o Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de
Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos/DF) e a Câmara Empresarial de
Economia Criativa e o Instituto Brasiliense de Festas e Eventos (Ibrafe). As
entidades lembram que a realização dos eventos no DF está paralisado desde
março, gerando prejuízos econômicos, fechamento de empresas e demissão de
funcionários. Para minimizar esses danos, o documento analisa quatro fases. A
primeira, colocada em prática atualmente, permite somente apresentações on-line
ou em formato drive-in.
A retomada inicial de atividades presenciais seria
realizada na segunda fase, que flexibiliza a permissão para eventos técnicos,
científicos e culturais em ambientes para até 200 pessoas. Essa etapa seria
autorizada, por meio de decreto, quando a Secretaria de Saúde apresentasse dois
dados por mais de 15 dias. São eles: taxa de ocupação de leitos públicos
inferior a 70% e o índice de transmissão do vírus — média de quantas pessoas
cada infectado contamine — abaixo de 1,2. “Começamos a elaborar o protocolo em
maio e terminamos agora, pegando como base documentos de São Paulo, do Rio de
Janeiro, de Boston e de Portugal e adaptando para a realidade de Brasília. Tudo
pensado para garantir a retomada com segurança e responsabilidade, pois o nosso
mercado está parado”, afirmou Luís Otávio Rocha Neves, presidente do
Sindeventos/DF.
Para Pedro Affonso Franco, sócio da Capital Week
Entretenimento, esse foi o setor mais impactado pela pandemia. “Por isso,
criamos um grupo de trabalho para entender como podemos tornar possível a
retomada. Dividimos o protocolo em fases, levando em consideração o índice de
transmissibilidade e a taxa de ocupação dos leitos, a partir de estudos com
infectologistas e médicos para alinhar as medidas para um retorno responsável”,
reforça. “Temos tido um diálogo bem próximo com o governo. É possível ter o
retorno responsável, se a gente debater e trabalhar em conjunto”, avaliou
Pedro.
Licença: Enquanto a reabertura não ocorre, representantes do
setor tentam organizar eventos que seguem as recomendações recentes de
vigilância sanitária, como a modalidade de exibições em drive-in. Porém,
empresários esbarram em impedimentos do governo, como conta Miguel Galvão,
idealizador do Picnik e do complexo de entretenimento Infinu. “Hoje, a
Administração de Brasília não licencia nenhum tipo de evento drive-in. Ou seja,
colocam um prato de comida na mesa, mas não podemos comer. Isso é mais uma das
barreiras que fazem com que a indústria criativa do DF, que estava entre as
três mais avançadas da América Latina, fique parada no tempo”, opinou.
A Administração Regional do Plano Piloto informou
que “não licenciou nenhum evento na modalidade drive-in no Plano Piloto em
razão da suspensão prevista no artigo 3, I, do Decreto nº 40.817/2020,
substituído pelo Decreto nº 40.939/2020”. Em nota, o órgão esclareceu que
“empresas poderão realizar atividades de cinema, teatro ou culturais em
estacionamentos, caso tenham o licenciamento da atividade econômica expedida em
conformidade com a Lei nº 5.547/2015 ou se as atividades de drive-in constem no
rol de atividades exercidas pela empresa por ocasião dos registros comerciais”.
É o caso do drive-in realizado no estacionamento do Aeroporto Internacional de
Brasília Juscelino Kubitschek.
A Secretaria de Turismo do DF informou que elaborou
um “protocolo de segurança e higienização, contemplando as sugestões recebidas
das entidades promotoras de evento”. A pasta acrescentou que “um documento
compilado está em avaliação pelo GDF, para validação do governador, de modo que
a realização de eventos seja retomada de forma gradual, segura e planejada”.
Alan Rios – Cibele Moreira –
Correio Braziliense
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