Entrevista: Ibaneis Rocha,
governador do DF. “Tudo foi feito com muita responsabilidade”. Os estudos mostram que já é seguro
abrir paulatinamente as escolas (...) " Sei que não vai ser fácil, mas
estamos tomando todos os cuidados para que todos possam voltar a estudar em um
ambiente seguro"
Ao Correio, o chefe do Palácio do Buriti justifica
a retomada das atividades e afirma que o Distrito Federal se prepara para sair
mais forte após a pandemia. Ibaneis Rocha também afirmou que o GDF se organizou
para enfrentar a fase mais aguda da covid-19
O governador Ibaneis Rocha (MDB) está convicto da decisão
de reabrir todas as atividades econômicas e também as escolas. Ele disse, com
exclusividade ao Correio, que o monitoramento da doença continua a ser feito
minuto a minuto. “Minhas decisões — desde o fechamento (em março) — foram
tomadas a partir de estudos técnicos embasados com dados muito precisos”,
destacou. Agora, pede que cada brasiliense faça a sua parte para se proteger.
“Ao governo, cabe oferecer as condições de tratamento, mas a preservação da
vida deve ser de cada um”.
Sobre a retomada do crescimento econômico, o chefe
do Palácio do Buriti afirma que o Banco de Brasília (BRB) manterá linhas de
crédito para que o setor produtivo ofereça empregos, e os empresários tenham
melhores condições de investimento. “O GDF não parou, mesmo durante a fase mais
aguda da doença. A indústria da construção civil não parou sequer um dia”,
ressaltou, ao citar obras em andamento. “Se hoje já se pode encontrar obras e
ações do GDF por todo o DF, isso vai ficar ainda mais evidente nos próximos
meses”, explicou.
O senhor disse que não vai priorizar apenas um
setor produtivo na retomada da economia pós-pandemia, que terá linha de crédito
para todos os setores. Quais mecanismos o pequeno empresário terá à disposição? O Distrito Federal está se preparando para sair
forte depois dessa pandemia. A recuperação da economia é uma preocupação desde
que, de forma pioneira, interrompi várias dificuldades. O nível de desemprego
cresceu na mesma proporção da necessidade dos empresários e vamos ter de atacar
de frente. O BRB abriu uma linha de crédito para todos os setores e vai ser o
principal vetor da retomada, oferecendo condições especiais para que os
empresários possam se recuperar e voltar às suas atividades. Também vamos
acompanhar a luta de cada setor da economia para que a gente possa participar
dessa retomada com decisão, e a vida volte ao normal o quanto antes. O setor da construção civil é um dos que mais empregam.
"Nós devemos ter boas surpresas nos próximos meses,
com uma série de financiamentos que estão sendo ultimados e que vão beneficiar
muito todas as regiões do Distrito Federal"
Terá alguma estratégia, como a ampliação
de setores habitacionais para as classes média e
baixa? Isso já está sendo feito. Aliás, o GDF não parou,
mesmo durante a fase mais aguda da doença. A indústria da construção civil não
parou sequer um dia, o que mostra a responsabilidade do setor, já que todos os
cuidados foram tomados para proteger os trabalhadores, com grande sucesso.
Nenhuma obra parou. Estamos finalizando a Saída Norte, reformando todos os
viadutos e tesourinhas que corriam risco de cair, revitalizando a W3 Sul e a
Avenida dos Pioneiros, no Gama, e prosseguindo com as obras de Vicente Pires,
Sol Nascente, Pôr do Sol, Itapoã e acelerando o túnel de Taguatinga.
Além disso, várias obras foram iniciadas neste
período, mantendo e até ampliando o nível de emprego, como o asfalto novo na
Epig (Estrada Parque Indústrias Gráficas), entre o Setor de Indústrias Gráficas
e o Sudoeste, a pista de concreto para o VLT do Gama e Santa Maria e muitas
outras. Também aproveitei esse período para lançar uma série de editais para
novas obras, inclusive viadutos e todo tipo de melhoria para todas as regiões
administrativas. Se hoje já se pode encontrar obras e ações do GDF por todo o
DF, isso vai ficar ainda mais evidente nos próximos meses. A construção civil é
o que oferece empregos mais rapidamente; vai ser um importante vetor da
retomada.
A sua influência política e a relação amistosa com
o governo federal possibilita captar recursos? Procuro ter uma relação institucional com o governo
federal. Ele é nosso hóspede, temos de tratá-lo bem. E nós temos sido bem
tratados, até porque apresentamos bons projetos que são encampados. Nós devemos
ter boas surpresas nos próximos meses, com uma série de financiamentos que
estão sendo ultimados e que vão beneficiar muito todas as regiões do Distrito
Federal.
Haverá mais investimentos na rede pública de
saúde para evitar surpresas desagradáveis, como o avanço
da covid-19? Mais contratações e hospitais para atender ao
brasiliense? Ninguém que procurou a rede hospitalar com a
covid-19 ficou sem tratamento no Distrito Federal. Quando fechamos várias
atividades e pedimos para que as pessoas se protegessem com o isolamento,
higiene e máscaras, era para que pudéssemos nos preparar para a fase aguda da
doença. Tudo foi feito com muita responsabilidade, ampliamos muito a capacidade
de tratamento da rede pública, contratamos médicos, enfermeiros e técnicos, e
esse trabalho continua. Ceilândia está ganhando dois hospitais, que vão
continuar funcionando depois da pandemia, incluindo um materno-infantil. Além
disso, estamos modernizando os processos da Secretaria de Saúde e oferecendo
tratamento para todos. Ainda há problemas, mas o Distrito Federal está
devidamente equipado para fazer a reabertura das atividades como estamos
fazendo, com todos os cuidados e muita responsabilidade.
Se necessário, o senhor decretaria o fechamento geral para evitar um colapso da saúde, como fez em
março? Não vai ter necessidade disso, mas o monitoramento
da doença continua a ser feito minuto a minuto. As minhas decisões — desde o
fechamento — foram tomadas a partir de estudos técnicos embasados com dados
muito precisos. É por esse motivo que eu posso garantir que a hora de começar a
voltar à normalidade é esta. Todo cidadão está ciente do que tem de fazer para
se proteger, porque, ao governo, cabe oferecer as condições de tratamento, mas
a preservação da vida deve ser de cada um. Ainda assim, todos os setores que
estão retornando têm protocolos de segurança que devem ser observados e
cumpridos. Se cada um fizer sua parte com responsabilidade, a transição será
tranquila.
Muitos pais, alunos e até professores reagiram
à reabertura das escolas. Quais são os
argumentos que embasaram a decisão de volta às aulas? Os estudos mostram que já é seguro abrir
paulatinamente as escolas. Não é possível manter as crianças em casa à espera
de um remédio que não existe e de uma vacina que ainda está em fase de
desenvolvimento. A rede pública de educação está sendo preparada, com uma série
de procedimentos de segurança para proteger alunos e professores. Sei que não
vai ser fácil, mas estamos tomando todos os cuidados para que todos possam
voltar a estudar em um ambiente seguro.
"Todo cidadão está ciente do que tem de fazer para se
proteger, porque, ao governo, cabe oferecer as condições de tratamento, mas a
preservação da vida deve ser de cada um"
Ibaneis garante que DF está equipado para reabertura e
descarta lockdown. "Minhas decisões, desde o fechamento, foram tomadas a
partir de estudos técnicos embasados com dados muito precisos. É por este
motivo que eu posso garantir que a hora de começar a voltar à normalidade é
esta", garantiu o governador
"Ainda há problemas, mas o Distrito Federal está
devidamente equipado para fazer a reabertura das atividades como estamos
fazendo, com todos os cuidados e muita responsabilidade", afirmou o
governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em entrevista ao Correio. Na avaliação dele, a capital federal está preparada para
enfrentar a pior fase da pandemia de covid-19
O chefe do Buriti destacou ainda que "ninguém
que procurou a rede hospitalar com a covid-19 ficou sem tratamento no Distrito
Federal". A preparação dos últimos meses, segundo o governador, por meio
de conscientização para o uso de máscaras, higienização adequada das mãos e
cumprimento de medidas de isolamento social era justamente para preparar a
capital federal para a fase aguda da pandemia, que deve ser alcançada nos
próximos dias, segundo estima o governo.
"Tudo foi feito com muita responsabilidade,
ampliamos muito a capacidade de tratamento da rede pública, contratamos
médicos, enfermeiros e técnicos e este trabalho continua: Ceilândia está
ganhando dois hospitais que vão continuar funcionando depois da pandemia,
incluindo um materno-infantil; estamos modernizando os processos da Secretaria
de Saúde e oferecendo tratamento para todos", garantiu.
O governador defende ainda que não haverá
necessidade de fechamento geral, o chamado lockdown. "Minhas decisões —
desde o fechamento — foram tomadas a partir de estudos técnicos embasados com
dados muito precisos. É por este motivo que eu posso garantir que a hora de
começar a voltar à normalidade é esta", destacou.
Para Ibaneis, o esforço envidado na conscientização
da população funcionou. "Todo cidadão já está ciente do que tem de fazer
para se proteger, porque ao governo cabe oferecer as condições de tratamento,
mas a preservação da vida deve ser de cada um", observou. Ainda assim, ele
reforçou que todos os setores autorizados a reabrir estão adotando protocolos
de segurança. "Se cada um fizer a sua parte, com responsabilidade, a
transição vai ser tranquila."
(*) José Carlos Vieira - Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press - Correio Braziliense
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