Olímpio Pereira Neto, escritor
O
escritor goiano-brasiliense Olímpio Pereira Neto, 84 anos, morreu, no último
domingo, por complicações da covid-19. Ele estava internado há uma semana e,
devido à idade avançada, não resistiu. Olímpio nasceu em 1936, na cidade de
Orizona (GO). Filho de Florentino Vieira Pereira e Dorcelina Pereira, o
escritor foi casado e morava com a família no ParkWay. Ele deixou filhos,
netos, bisnetos e trinetos, que não puderam prestar homenagens durante o
enterro, devido ao perigo de contágio pelo novo coronavírus.
Formado
em letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Olímpio era titular da
cadeira n° 16 da Academia de Letras de Orizona e da cadeira nº 20 da Academia
Taguatinguense de Letras. Além disso, é o autor de cerca de 15 obras como:
Orizona: cidade e campo; Um lugar no mapa e Lendas e contos do Planalto
Central, entre outras. Também fundou, ao lado de colegas, o Sindicato dos
Escritores do DF.
O
escritor fez parte de inúmeras coletâneas e antologias de contos em Goiânia,
Brasília, Orizona e outras cidades do Brasil. Sempre visando incentivar novos
profissionais, Olímpio foi fundador da Bolsa de Publicações Olímpio Pereira
Neto que apoiava escritores orizonenses a publicar trabalhos e obras, assim
como historiadores e genealogistas. Em 2019, Olímpio foi homenageado por
colegas durante a 35ª edição da Feira do Livro de Brasília.
Gustavo
Dourado, escritor e presidente da Academia de Letras Taguatinguense, foi amigo
pessoal de Olímpio há mais de 40 anos. Ele considera a morte do escritor uma
grande perda para o DF. “Olímpio viu Brasília nascer. Quando era menino, andava
por essa região com o pai, quando tudo ainda era cerrado. Por isso, conhecia essa
cidade como ninguém”, afirma. “Nas obras, Olímpio resgatava as lendas do DF.
Era um historiador, professor, pesquisador e escritor fantástico”, diz Gustavo.
O
presidente da Academia de Letras Taguatinguense diz que pensa em dar o nome de
Olímpio à cadeira que ele ocupava na Academia. Gustavo informa ainda que
Olímpio deixou obras inéditas para serem publicadas. “Além dos 15 livros que
ele escreveu, há outros, nunca publicados, que estão em poder da academia. A
escrita dele retratava o sertão goiano de Orizona, Goiás Velho e Luziânia e
desvelava os caminhos dos bandeirantes e pioneiros.”
Samara Schwingel – Correio
Braziliense
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