Leila Barros testa positivo para
covid-19. Senadora pelo DF,
Leila comunicou o resultado no perfil no Twitter
*Por Adriana Bernardes - Sarah Peres - Thais Umbelino
A senadora Leila Barros (PSB) testou positivo para
covid-19. A informação foi confirmada ontem, quando saiu o resultado do exame
RT-PCR. De acordo com a assessoria da parlamentar, os primeiros sintomas da
doença surgiram na quarta-feira (8), quando ela teve febre e dores de cabeça e
no corpo.
No hospital, além do teste para detectar a infecção
provocada pelo novo coronavírus, Leila submeteu-se a um exame de imagem de
tórax para avaliação dos pulmões. Os órgãos estão preservados. O diagnóstico
foi divulgado no perfil oficial no Twitter, por volta das 15h de ontem.
A continuação do comunicado traz informações sobre
o estado de saúde. “Embora esteja confiante na plena recuperação, a parlamentar
do DF apresenta indisposição devido à forte dor de cabeça. Leila cumprirá o
isolamento domiciliar conforme orientação médica.”
Outros casos: O deputado federal Júlio Cesar (PSD-PI)
testou positivo para a doença ontem. Ele também usou as redes sociais para
comunicar o fato. “Testei positivo para a covid-19 e, por orientação médica,
ficarei em isolamento, trabalhando por videoconferência. Estou assintomático e
seguindo os protocolos.”
Em 18 de março, o presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM), foi diagnosticado com a doença após o primeiro teste dar
negativo. Segundo nota divulgada pela assessoria à época, ele não teve
“sintomas severos”.
A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) também se
infectou. Na sessão de 19 de maio, Alcolumbre leu o comunicado da parlamentar.
“É preciso alertar para o fato de que eu, senadora da República, com todos os
cuidados tomados, não consegui ficar imune à doença. Imaginem quantos
brasileiros, espalhados por todo o Brasil, não estão passando pela mesma
situação. São pessoas que precisam de um familiar ou um cuidador profissional
para se alimentarem, se locomoverem e se higienizarem”, ressaltou ela.
Hran atinge lotação máxima. Referência no combate à
covid-19 no DF, o Hospital Regional da Asa Norte tem 100% dos leitos de UTI
para tratamento da doença ocupados. Secretaria de Saúde afirma que 21 novas
vagas serão disponibilizadas em breve para atender aos pacientes
A lotação dos leitos de unidade de terapia
intensiva (UTI) da rede pública dedicados ao tratamento da covid-19 ultrapassa
os 80% no Distrito Federal. Os dados são da Secretaria de Saúde. No Hospital
Regional da Asa Norte (Hran), referência no combate à doença, não há mais
vagas. Por isso, pacientes se aglomeram pela unidade e precisam aguardar em
poltronas por vaga. A pasta informou que trabalha para liberar mais de 20
leitos na unidade
O Correio obteve imagens que mostram a situação de
superlotação no hospital, que está com todas as 20 vagas de UTI ocupadas. Uma
fonte do hospital conversou com a reportagem sob a condição de anonimato e
informou que há várias pessoas diagnosticadas com a covid-19 aguardando vaga.
“Há um grande fluxo de pessoas e poucos profissionais para acompanhar todos. Na
ala de medicação, há, pelo menos, 20 infectados sendo medicados e aguardando
atendimento”, explicou.
Para a profissional da saúde, no entanto, o mais
preocupante são os pacientes em estado gravíssimo que, por falta de leito na
UTI, estão acomodados no box de emergência do hospital. “A área tem estrutura
para atender a até nove pessoas, mas havia 16 (ontem). Tratam-se de doentes que
estão medicados e também intubados e que, no entanto, não conseguem uma vaga no
hospital”, afirmou. Além desses pacientes, havia mais de 40 pessoas sentadas em
bancos do Hran, já com diagnóstico positivo para a covid-19, também esperando
uma vaga para internação.
Os dados apresentados pela Secretaria de Saúde no
site da Sala de Situação confirmam que todos os leitos de UTI do Hran estão
ocupados, mas registra que, dos 31 leitos de unidade de cuidados intermediários
(UCI), 13 estão liberados para acomodar pacientes. Por nota oficial, a pasta
argumentou que o levantamento acerca da ocupação do Hran é atualizado em tempo
real pelo site. Esclareceu, ainda, que “os novos pacientes e aqueles oriundos
de outras unidades hospitalares e que necessitam de internação, ao chegarem,
são acomodados em poltronas enquanto é disponibilizado um leito no pronto-socorro
ou nas enfermarias”.
“Havendo necessidade, o paciente já recebe oxigênio
ainda sentado, ou seja, o paciente não deixa de ser atendido”, acrescentou. Por
fim, a pasta frisou que está “preparando uma adequação para abrir 21 leitos
novos, usando a antiga área de recepção do pronto-socorro”.
Ocupação: De acordo com dados da Secretaria de Saúde, o
Distrito Federal contabiliza 626 leitos para tratamento do novo coronavírus na
rede pública. Destes, 428 são de UTI e 198 de UCI e unidade de cuidado
intermediário neonatal (UCIN). Até as 17h05 de ontem, 432 deles estavam
ocupados, o que representa uma taxa de 73,72%.
Em Ceilândia, região administrativa com o maior
número de casos da doença, também não havia mais vagas de UTI no hospital
regional e a UPA da cidade contava com, apenas, três vagas até o início da
noite de ontem. Em Taguatinga, também não havia leitos disponíveis, segundo os
dados da Sala de Situação.
Casos
O número de mortes registradas ontem chegou a 11,
segundo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde. O DF contabiliza, portanto,
796 óbitos no total. Entre os 68.406 infectados pelo coronavírus, 56.120 se
recuperaram e 11.415 pacientes ainda enfrentam a doença.
Em comparação a outras unidades da Federação, a
capital ainda apresenta um número menor de vítimas da covid-19, segundo o
professor de epidemiologia da Universidade de Brasília (UnB) Wildo Navegantes.
“A relação do número de casos se dá por incidência. O DF não está, ainda, com o
tamanho de incidência como outros estados do Ceará, São Paulo, Roraima e Amazonas,
por exemplo. Mas acontece que nós não temos uma quantidade de leitos de rede
pública e privada suficientes para responder à necessidade da doença”, aponta o
especialista.
A chegada ao pico da doença, além de ser difícil de
prever, acontecerá de maneira diferente no DF. “Eu tenho dito que esse pico não
é algo muito agudo. Se trata de uma grande onda que tem um pico muito raso, ou
seja, o número de casos se mantém constante e não diminui. O grande problema é
justamente esse. Não dá para dizer se essa onda vai passar rapidamente e se nós
poderemos ter uma outra grande onda no futuro”, afirma Wildo.
Para ele, a redução do número de infectados pelo
novo coronavírus será possível apenas se, somado aos esforços de aumentar a
quantidade de insumos e leitos nos hospitais, sejam adotadas as medidas de
investigação de contatos, isolamento social e oferta de testes diagnósticos. “O
DF tem um ótimo corpo técnico e o governo tem que confiar nele para o combate
da pandemia e busca da redução do número de casos”, finaliza.
Ocupação de leitos no DF. Ocupados, Vagos, Bloqueados: Total
Hospital de Base 50; 16; 0 66
Hospital da Asa Norte 20; 0 0; 20
Hospital de Ceilândia 9; 0 1; 10
Hospital de Santa Maria 83; 7 0; 90
Hospital de Samambaia 20; 0 0; 20
Hospital de Taguatinga 0; 0 5; 5
UPA de Ceilândia 7 3; 10; 20
UPA Núcleo Bandeirante 24; 18; 0; 42
UPA São Sebastião 4 6; 0; 10
Hospital São Francisco 5; 0; 0 5
Home H Ort Med Esp 5; 0; 0 5
Hospital da Criança de Brasília 4; 6 ; 0 10
Hospital São Mateus 17; 3 0; 20
Hospital Santa Lúcia Norte 28; 2 ;10 ;40
Hospital Daher 49; 2 4; 55
Total 327. 56; 33; 428
(*) *Por Adriana Bernardes - Sarah Peres - Thais Umbelino - Fotos: Marcelo Ferreira/CB/D.A/Press - Correio Braziliense
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