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Ciclistas ganham infraestrutura em 400 km de trilhas no DF


Ciclistas ganham infraestrutura em 400 km de trilhas no DF. Projeto Caminhos do Planalto Central vai atender também caminhantes, com conexões a dois trechos de Goiás. Pelo menos 80 quilômetros do trecho composto por três arcos de trilhas já receberam sinalização rústica e infraestrutura

Se o fluxo de ciclistas nas ruas do Distrito Federal aumenta e demanda investimentos públicos em infraestrutura e logística, o de bicicletas em áreas rurais segue o mesmo destino. O interesse em descobrir novos trajetos e desbravar o interior do Quadradinho sobre duas rodas nos finais de semana ganha um reforço com a estruturação de pelo menos 400 quilômetros de trilhas ligando a Floresta Nacional de Brasília, no Noroeste do DF, à Pedra Fundamental da capital, em Planaltina (veja mais na ilustração abaixo).
“Preservando o ecossistema, estaremos abrindo novos caminhos para a geração de oportunidades de emprego e renda às comunidades locais que hoje vivem isoladas, no meio do nada, e poderão desenvolver pequenos negócios” (Vanessa Mendonça, secretária de Turismo)
Lançado por grupos da iniciativa privada ligados a trilheiros e ciclistas, o projeto Caminhos do Planalto Central tem o suporte do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio de órgãos e secretarias, e coloca o DF na rede brasileira de trilhas de longo curso. A proposta, além de criar alternativas de lazer para os ciclistas e caminhantes fora dos centros urbanos, pretende fomentar o turismo e, consequentemente, a economia das famílias que vivem nas áreas urbanas arrodeadas por essas veredas.
Pelo menos 80 quilômetros do trecho composto por três arcos de trilhas – em percursos distintos que se ligam a duas trilhas do estado de Goiás – já receberam sinalização rústica e infraestrutura para quem for percorrê-lo a pé ou de bicicleta. Três alças compõem os Caminhos do Planalto Central: o Arco do Cafuringa, com 131 quilômetros de extensão; o Arco Trilha União, com 80 quilômetros; e o Arco Brasília, com 85 quilômetros.
Caminho de Cora: O ponto de partida vai fazer conexão com uma trilha de Goiás já estruturada e sinalizada: o Caminho de Cora, que liga a Floresta Nacional de Brasília a Goiás Velho, cidade da poetisa Cora Coralina. Já o ponto final de Planaltina ligará os três caminhos do DF à Chapada dos Veadeiros por meio do Caminho dos Veadeiros. Juntos, Distrito Federal e Goiás somarão 1,8 mil quilômetros de trilhas interligadas.
1,8 mil km é a projeção de trilhas de interligação entre DF e Goiás
“Preservando o ecossistema, estaremos abrindo novos caminhos para a geração de oportunidades de emprego e renda às comunidades locais que hoje vivem isoladas, no meio do nada, e poderão desenvolver pequenos negócios”, prevê a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça.
Além do turismo, compõem a representação do GDF as secretarias de Meio Ambiente e de Agricultura, além do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). Os trechos passam por diversas áreas de preservação ambiental (APAs), como o Parque Nacional de Brasília, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio).
Turismo de aventura: Os Caminhos do Planalto Central têm o objetivo de oferecer trilhas para lazer ou prática de esportes de aventura, como as que já estão disponíveis em outras partes do mundo. “Assim como tem na Espanha o caminho de Santiago de Compostela, ou as trilhas incas, em Machu Picchu, no Peru, nós começaremos a ter o acesso a rotas com infraestrutura adequada a esse tipo de atividade”, compara o geólogo e assessor especial da Secretaria de Meio Ambiente, Edgar Fagundes.
O símbolo do projeto é a pegada de uma botina em que a imagem da Torre de TV Digital é impressa na sola. Todos os três trechos passam por áreas de proteção ambiental.
Márcio Bittencourt: “Propriedades particulares estão abrindo suas porteiras para que possamos passar” Foto: Arquivo pessoal
Aos 52 anos, o militar da reserva Márcio Bittencourt percorre trilhas de diferentes pontos do Distrito Federal há 15 anos. Ele é um dos voluntários que ajudaram a mapear os trechos oficialmente traçados e que em fase de estruturação pelo GDF.

Experiente em cortar o DF em cima de uma bicicleta, ele já sente as mudanças que a oportunidade de estruturação dos Caminhos do Planalto Central vai trazer. “A principal delas é a divulgação das unidades de conservação. Propriedades particulares estão abrindo suas porteiras para que possamos passar, o que proporciona uma integração maior e mais saudável com as comunidades rurais.”


Hédio Ferreira Júnior - Edição Fábio Góes - Agência Brasília 



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