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Hermenêutica seletiva - "Os ataques à Operação Lava-Jato"


Hermenêutica seletiva

*Por Circe Cunha e Mamfil

Os ataques à Operação Lava-Jato, em conluio com partidos e políticos de ficha suja e com o beneplácito da Procuradoria-Geral da República, ressurgem, apenas, como a ponta visível de um gigantesco iceberg que se move para inverter a lógica da Justiça, tornando réus aqueles que ousaram condenar criminosos de grosso calibre, nitidamente envolvidos num rol de ilicitudes sem fim.

Aplica-se a lei para demonstrar, dentro dos labirintos e das filigranas legais, como desfazer o senso comum de justiça, distorcendo e tornando as letras dos códigos penais libelos a favor de notórios condenados. O mais trágico, se é que se pode ir mais além nessa pantomima processual recorrente, é conseguir, diante do silêncio obsequioso de muitos também manchados por desvios de conduta, tornar culpados inocentes, e esses, em anjos de candura e ética.

Observadores da cena nacional, postados de plantão, permanentemente, no meio da Praça dos Três Poderes, de olhos e ouvidos atentos para cada uma das instituições daquele sítio, são unânimes em reconhecer o que seria uma contramarcha de antilavajistas, dispostos a tudo para impedir o avanço da legalidade, da justiça e da ética. Está justamente naquele ponto geográfico e nevrálgico da nação, o que parece ser uma grande e nebulosa orquestração com vistas não só a deter a consumação de qualquer veredito final, que leve para detrás das grades aqueles que assaltaram os cofres públicos sem remorsos, como para impedir que qualquer outro contratempo seja capaz de atrasar a marcha da insensatez, tornando condenados em inocentes e agentes da lei e da ordem, notoriamente probos e cumpridores do dever, em réus.

Nada muito estranho para um país surreal. Com isso, é possível notar que a desmoralização paulatina das instituições públicas, sob a batuta dos atuais dirigentes, não é obra do acaso, mas, decorre de uma cultura transviada do bom senso, de um país que insiste em andar na contramão do mundo, comandado por uma elite com modelos e leis próprias, que enxerga na população uma espécie de bem de capital, capaz de gerar apenas lucro e sustento àqueles que estão no piso superior.

Não por outra razão, esses personagens não desfilam em público, transitam por corredores e passagens secretas, movendo-se em aeroportos e outros lugares inevitavelmente públicos, túneis, salas vips e outros paredões que os isolam da plebe. Quando expostos ao público, as reprimendas e os impropérios voam para todo lado. Numa situação tão paradoxal como essa, em que assalariados e servidores da nação são por essa mesma classe quase que enxotados, o que se tem é uma anomalia, que em nenhuma hipótese pode funcionar de modo minimamente razoável.

É como se a nação fosse governada por alienígenas de uma galáxia distante e inacessível. Obviamente, críticas que tendem a hostilizar e a atacar o Supremo, por exemplo, só servem para piorar uma situação que, em si, é por demais delicada e instável. O Estado democrático de direito, uma abstração que paira sobre toda e qualquer instituição ou Poder deve ser o norte a seguir, mesmo quando as instituições teimam em não se harmonizar com os cidadãos e a cidadania.
A frase que foi pronunciada: “O poder, quando é orgulhoso, nunca pode considerar-se seguro.” (Tácito, senador e historiador romano)
Isso é Novo » Partido Novo não precisa dos R$ 36 milhões dos cofres públicos a que tem direito pelo Fundo Eleitoral. Não vai usar essa verba para a autopromoção e angariar votos. Hoje, a população prefere votar em que age como discursa.
E-book » Réquiem para o Cerrado, da Xapuri Editora, assinado por Altair Sales Barbosa.  Veja como ter acesso ao livro, no link (https://bit.ly/3ah2mEr)
Cuidado: » Atenção moradores dos lagos Norte e Sul. Se avistarem alguma capivara, favor comunicar ao dicon@ibram.df.gov.br para um mapeamento e futura ação. Os animais estão se proliferando rápido demais e trazendo incômodos, como carrapatos e invasão. A iniciativa é assinada por Paulo Costa, do Conselho de Segurança do Lago Norte.
Chamas: Leia, no link >> (https://bit.ly/30H4Etx )  Foco não é o fogo, o artigo escrito pelo pesquisador e jornalista Reginaldo Marinho, publicado na Folha do Meio Ambiente, sobre a temporada de queimadas e o que há de cultura e política por trás.

(*) Circe Cunha e Mamfil - Coluna "Visto, lido e ouvido" - Ari Cunha - Foto: Roberson Pozzobon/MPF-PR - Imagem: MURPHY(1829), Cornelius Tacitus (wikipedia.org) - boletimdaliberdade.com - Correio Braziliense



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