Por Victor Dornas
Na verdade trata-se de um grupo de 12
procuradores, dentre eles uma senhora chamada Marcia Zollinger que pediu a
absolvição da turminha do bem do PT (Lula, Dilma, Palocci e companhia) na famigerada
denúncia de 2017 feita ao Supremo pelo então procurador Rodrigo Janot.
Então quando é contra o PT, a mídia stalinista
usa “Sérgio Moro”, “Procuradores da Lava-Jato” e quando é contra o governo
atual, aí é o MPF inteiro. Os inúmeros procuradores federais estariam representados
por este grupo que atua na coordenação dos trabalhos da Amazônia.
Qualquer pessoa que acesse o site da Embrapa vai encontrar com certa facilidade um gráfico de aumento de queimadas no Pantanal do ano 2000 a 2016. Mais precisamente, de 3067 focos para 61255. A força tarefa Amazônia neste ínterim ainda não existia, pois faltava um empurrãozinho a mais, talvez a sede insaciável de eleger novamente a quadrilha do PT.
Isso não significa, entretanto, que o relatório do grupo politizado não contenha dados verídicos. Ninguém em sã consciência colocaria as mãos no fogo (com o perdão da infâmia) pelas políticas de Salles, ainda que parte das críticas feitas à sua pasta atualmente tenham por trás um financiamento bem gordo vindo lá de fora. De fato, os problemas são inúmeros, porém confesso que o envolvimento de militares que verdadeiramente cultivam um amor genuíno pela pátria na contenção dessas queimadas que não acontecem somente na Amazônia e sim numa estiagem histórica de escala global, me deixa um tanto mais tranquilo.
A politização de
qualquer força tarefa é nociva ao país. A lava jato também cometeu vários
erros, embora seja frequentemente acusada de não ter promovido acordos de
leniência que preservassem as empresas, sendo que, contudo, isso é atribuição
do congresso e não de um grupo sistematizado de procuradores. Nenhuma
agremiação que mexa com tanta coisa séria está imune à críticas, por isso
pergunta-se: - Qual seria a crítica cabível à tal força tarefa da Amazônia? A
primeira e mais óbvia já deixo registrada aqui, ou seja, o momento “oportuno”.
Resta saber se a grande mídia stalinista fará qualquer crítica. Aposto que não.
Em termos de emissão de CO2, as queimadas ocorridas em escala mundial neste ano são as maiores em 18 anos. Ou seja, o cenário perfeito para a politização hipócrita. O retrato atual do Brasil é que a elite dita progressista, por estar em grande parte disposta em camadas socialmente beneficiadas, não está propriamente preocupada com o país, embora jure que sim. Tudo aquilo que afete negativamente o governo, torna-se interessante na visão dessas pessoas, como se o governo fosse um ente dissociado. A mídia stalinista diz que Bolsonaro é o responsável pela postura hostil do Brasil na ONU, porém qualquer pessoa com um mínimo de bom sendo consegue interpretar que o governo atual, por pior que possa ser, é reativo.
O
jeitão militar em cenários reativos é um tanto grosseiro, de fato, porém
aqueles que se dizem os arautos da natureza podem ter a fala mais mansa, porém têm
o coração sórdido. O cisão do Brasil é um
problema sem solução e com efeito gradual.
Aqueles que não
suportam discursos sectários, rixas pessoais, inclusive no seio familiar, e
acharam que tudo isso ficaria em 2018, podem tirar o cavalo da chuva. O Brasil
está com o pé enfiado nessa lama de rixas politizadas e não sairá disso tão
cedo. Ingênuo é aquele que pensa o contrário, otimista é aquele que pensa nisso
tudo como um efeito normal da democracia, realista é aquele que não pensa mais
nada sobre isso e o pessimista é quem normalmente tem razão. Assim funcionam as
coisas numa democracia incipiente e dissimulada.
O MPF, ou melhor, o
grupo de procuradores da chamada força tarefa da Amazônia sabem que dificilmente conseguirão depor um ministro na tal ação de improbidade de tramita na justiça
federal do DF. Fazem isso para pressionar ainda mais o governo e favorecer
tanto os progressistas como todas essas celebridades que estão realmente
preocupadas com o Brasil, ainda que não saibam sequer o nome da capital de
nosso país. Alguém diria que há sim preocupação genuína dos procuradores com as
questões de grilagem, queimadas e tudo mais na Amazônia.
Pode até ser...
O funcionalismo
brasileiro, entretanto, mormente nessa pandemia onde seus proventos foram
integralmente mantidos, e em muitos casos majorados, já vive noutra dimensão.
Não há razão para dar crédito para esses procuradores, ainda que o relatório
tenha dados fidedignos, uma vez que é descarada a politização que atiça a crise
de soberania entre os poderes.