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O BRASIL NO MERCADO DE JOGOS (Coluna Victor Dornas)


Por Victor Dornas 
 
A Microsoft anunciou a aquisição da Zenix Maxmedia, proprietária de estúdios gigantes como a famosa Bethesda, desconhecida pela maioria dos brasileiros por motivos óbvios. Para se ter uma noção do volume astronômico dessa negociação orçada em mais de 7 bilhões de  dólares, no cinema americano, um dos polos sabidamente mais lucrativos do entretenimento, uma das grandes negociações dos últimos anos que foi a compra da Marvel pela Disney, valeu mais ou menos a metade do que custou a manobra de mercado feita pela Microsoft nos videogames.

O Brasil, afogado no ostracismo, mesmo sendo um mercado com movimentação de 1,5 bilhões por ano em jogos, em sua maioria populacional ainda não percebeu que esse mercado é um titã da era da informação. Se a China, que na década de 60 crescia menos que nós, mas hoje é a segunda economia do mundo, certamente isso decorre da aptidão de suas indústrias em perceberem os movimentos de mercado. Hoje em dia não há perdão para a ignorância. É tudo tão rápido que a falta de um congresso antenado às mudanças tecnológicas é "gameover" na certa.

Há ainda um saldo dessa clausura consciencial chamado Hiperinflação.

Uma vez que permitimos os desmandos do PT na economia que culminaram nas políticas insanas da Dilma em subsidiar tudo, inclusive a própria loucura, promovendo um festival de maquiagens orçamentárias, o Brasil parou no tempo e não consegue produzir o mínimo que se espera em termos tecnológicos de uma nação com essa dimensão e natureza demográfica. Assim, dependemos demais de importações e ainda contamos com um congresso incapaz de tributar as mercadorias da forma como se deve, como por exemplo, estabelecendo regras claras e que tributem na origem, facilitando os ambientes de negócio.

Assim, vez ou outra, por apelo de público, uma grande empresa do mercado de jogos como a Nintendo, por exemplo, anuncia que abrirá uma fábrica em alguma cidade brasileira. O sonho, entretanto, não dura muito, pela burocracia mantida pelo congresso, ainda ideologizado no socialismo e no protecionismo mal feito. 

A SONY, que também atua no mercado de jogos, recentemente anunciou que fechará sua fábrica em Manaus, por exemplo. A própria Nintendo já desistiu uma vez de tentar se estabelecer no Brasil, porém agora tentará novamente. O fato é que o brasileiro médio, de um modo geral, ainda é bastante alienado e pensa que jogos são produtos infantis. É tipo aquela vovó que não consegue diferenciar uma Tv de tubo de uma Oled. Um país ainda muito estagnado onde o potencial aquisitivo também é muito concentrado pelo excesso de burocracia nas atividades de negócio, no custo emprego e na demagogia. 

Por isso, atualmente se diz que as grandes empresas que negociam mercadorias com um seguimento de entretenimento forte estão obtendo lucros cada vez mais pífios. Com a dívida pública consumindo o PIB em sua integralidade, um funcionalismo que suga os recursos do governo, o lucro estimado dessas grandes distribuidores é de 3 reais para cada 100 vendidos, isto é, não seria nenhuma surpresa, acaso, do dia para a noite, nós acordássemos estupefatos por um aumento repentino e cavalar no preço de mercadorias tecnológicas.

No Brasil, aqueles que têm renda acima de 30 mil reais comportam pouco mais de 1 % da população. Isso se dá por um congresso alienado em relação ao que acontece no mundo. Não sabem absolutamente nada sobre indústria, cinema, jogos ou qualquer coisa que esteja em voga ou envolvendo tantos bilhões nos mercados mais aquecidos. São múmias, caquéticas, que só não se envergonham da sua própria debilidade por desconhecerem tais coisas.

Há uma garotada que se educou pela internet e por isso teve acesso ao que há de atual e que ainda tenta fazer jogos no Brasil. Empresas com boas marcas, logotipos inteligentes, ideias incríveis, mas carentes de grana. As feiras que são feitas no Brasil são muito boas e atraem um público arrojado, esclarecido, porém tudo isso é travado num congresso mumificado, ocioso, doente, mórbido. Parece exagero, porém, serve de aviso já que continuamos colocando lá essas pessoas tão dissociadas da realidade da chamada indústria 4.0.

A guerra de videogames travada entre Sony e Microsoft, com a Nintendo correndo por fora e abocanhando um público fidelizado impressionante, certamente é uma das mais fortes no mercado do entretenimento, contudo não é a única. A China vem aquecendo bastante a produção de jogos para celulares, um mercado onde o Brasil tem se envolvido por beneficiar os produtores independentes. Porém, quando se analisa os jogos mais rentáveis, nós ficamos bastante para trás. 

Fazemos jogos mais simples, sem o requinte que os chineses e os americanos conseguem faze,  em virtude da produção mais robusta e facilitada pelo governo. Um país que queira enriquecer na tecnologia deve, antes de tudo, conhecê-la.



(*) Victor Dornas - Colunista do Blog Chiquinho Dornas ,fotos ilustração: Blog-Google.


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