Supremo sob nova direção
Menos exposição e mais ações de interesse da
sociedade brasileira. É com esse pensamento que, nesta quinta-feira, o ministro
Luiz Fux assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), guardião da
Constituição Federal. O magistrado, considerado um especialista em direito civil,
chega ao posto mais alto da sua carreira. Legalista, ele é avaliado como
rigoroso e linha dura na aplicação das leis em casos de infrações penais.
O novo presidente do STF não pretende ter uma
relação de proximidade com o Legislativo e o Executivo. Pelo contrário, tende a
manter uma distância prudencial dos políticos e do titular do Palácio do
Planalto a fim de fazer prevalecer a liturgia da Alta Corte e realçar o seu
papel como garantidora dos mandamentos constitucionais, além de respeitar as atribuições
dos demais Poderes republicanos.
Nos últimos anos, o STF tem sido alvo de
críticas disparadas por políticos, integrantes do Executivo e também pelos
cidadãos, devido a decisões polêmicas ou pela morosidade no julgamento de
ações. Vários acusados de improbidade ou de envolvimento em escândalos de
corrupção foram salvos da punição por decurso de prazo — os processos
caducaram. A soltura de suspeitos em desvios de dinheiro público também
municiou reprovação à conduta da Alta Corte.
O processo de desmonte da Operação Lava-Jato,
em curso no Ministério Público da União, não terá um aliado no STF. Fux, como a
maioria dos brasileiros, defende o combate à corrupção e avalia que o trabalho
da força-tarefa, que levou à prisão renomados empresários, políticos e até um
ex-presidente, tem méritos. Para ele, os desvios de recurso público precisam
ser combatidos. Para vários juristas, o tema terá bom espaço na pauta de
julgamento do STF com Fux no seu comando.
Inquestionável a importância do Supremo como um
dos pilares da República e da democracia. Moderadora dos conflitos entre os
Poderes, com base nos mandamentos constitucionais, a mais alta Corte tem como
missão preservar os valores democráticos, salvaguardar o patrimônio nacional e,
sobretudo, os direitos individuais que caracterizam Estado democrático de
direito, com imparcialidade e com a aplicação da lei igualmente para todos,
independentemente de condições sociais, econômicas, políticas, raça, cor ou
credo. A pluralidade e a diversidade cultural, étnica e religiosa do Brasil têm
de ser preservadas, acima de quaisquer ideologias. É o que a sociedade
brasileira espera de uma Suprema Corte.
Tags
JUSTIÇA
Espero Chiquinho, Aquilo não anda nada bem na opinião pública. Vamos ver!
ResponderExcluir