A criação do
Corredor Cultural, entre a 504 e a 508 Sul, tem o apoio de 76,83%. A maioria
também confirmou a intenção de frequentar a W3 Sul após a revitalização e a
interdição do trânsito e que pretende frequentar com a finalidade de lazer e/ou
atividade cultural. Dentre os negócios considerados mais importantes, os
entrevistados apontam: restaurante/bar (20,15%); farmácia (18,90%);
padaria/lanchonete (17,43%) e bancos (17,29%). Foram ouvidas 410 pessoas entre
16 e 18 de outubro.
Reabertura parcial do trânsito: Com base no resultado da pesquisa, entidades do setor produtivo vão pedir ao governador Ibaneis Rocha a alteração do Decreto n° 40.877/20 com "a maior brevidade possível". Querem que o fechamento do trânsito na W3 aos domingos (com possibilidade de passar para o sábado pós-pandemia) apenas ocorra no trecho onde será o Corredor Cultural, que vai da 504 Sul até a 508 Sul (do Sesc ao Espaço Renato Russo). Assim, o restante da via permaneceria aberta para o fluxo normal de veículos. Essa e outras sugestões serão enviadas em documento oficial ao GDF ainda nesta semana.
Incentivos fiscais:
Para estimular
atividades que possam atrair o público à W3 nos dias de lazer, os empresários
sugerem ações do GDF e especialmente da Secretaria de Cultura, entre elas,
incluir linha específica do programa FAC Ocupação, voltada a projetos a serem
realizados no Corredor Cultural; oferecer incentivo fiscal para empreendimentos
comerciais de destaque no mercado; e também para atividades que façam parte da
indústria criativa instalada na área, como o desconto de ISS/Simples.
Mercado imobiliário: As entidades também sugerem ao GDF desenvolvimento de pesquisa junto de comerciantes, moradores e população impactada (via Codeplan), para levantar informações sobre o mercado imobiliário, demandas em potencial, vocações e grau de satisfação e aceitação por parte de moradores.
Fluxo de clientes: O documento com as sugestões é resultado
da reunião, ocorrida na semana passada, entre diversas lideranças do setor
produtivo do DF (Sindivarejista, Sindisuper, Sindhobar, Câmara de Dirigentes
Lojistas (CDL), Fecomércio-DF ) e proprietários de estabelecimentos comerciais.
O tema do encontro foi o projeto Viva W3. Os donos de supermercados na
região se sentiram prejudicados, com o fechamento da via aos domingos e
feriados, por ter reduzido o fluxo de clientes.
"Eu cresci muito
como empresária, como profissional. Tive de reinventar tudo"
“Carolina Kd Vc?”
Antes da pandemia, a empresária Patrícia Muller
tinha um produto regional. Mas, com as barreiras impostas pelo isolamento, teve
de investir no marketing das redes sociais. E acabou, assim, conseguindo
exportar para outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro. Tudo começou há
seis anos, quando descobriu o gosto por cervejas artesanais e decidiu aprender
a produzi-las com seu toque criativo. A cerveja alemã do tipo weissbeer foi a
primeira a ser lançada e ganhou o nome da Fazenda São Bento, propriedade da
mãe, que é uma pousada na Chapada dos Veadeiros. E foi ali onde instalou
uma pequena fábrica.
“As pessoas começaram a voltar à pousada por causa da cerveja, falando que era a melhor cerveja que já tinham tomado”, conta.
A demanda aumentou e, para atender aos pedidos,
terceirizou a produção. Procurou uma fábrica que apoiava produtores de cervejas
artesanais. Além disso, fez diversos cursos, como o de sommelier de cervejas do
Science of Beer Institute, em Santa Catarina. Patrícia foi descobrindo o universo
das cervejas belgas e inglesas.
Em 2019, foi lançada a “Carolina Kd Vc?”, uma session ipa com mangaba,
em homenagem à filha mais velha. A pandemia trouxe desafios. E Patrícia
percebeu que a saída seria se comunicar pelo marketing digital. “Nem site eu
tinha”, lembra. Mas foi durante a Semana de Transformação Digital do Sebrae, em
abril, que despertou para as novas oportunidades. “Eu cresci muito como
empresária, como profissional. Tive de reinventar tudo”, afirma.
Por Samanta Sallum – Fotos: Ana Rayssa/CB/D.A.Press – Correio Braziliense