Como líder do governo, qual avaliação o senhor faz da
relação entre Executivo e Legislativo nesses primeiros dois anos? Temos hoje um
Executivo que dialoga com os demais poderes, dialoga com o Legislativo, com a
sociedade. E o Legislativo, por sua vez, preza pela harmonia com o Executivo,
mas preserva sua independência. Então, vejo hoje em dia um respeito mútuo que
não existia anteriormente. Além de um objetivo comum, e isso é o mais forte e
presente, que é de trabalhar pelo cidadão, pelo Distrito Federal. Muito disso
vem do próprio perfil do governador, que não é um homem de falar e deixar
alguma coisa parada, mas sim de fazer, em um ritmo que muito nos alegra e que
está transformando a capital. Vivemos hoje uma reconstrução como há tempos não
se via, e não se trata apenas de obras físicas, mas de ações ousadas, como o
GDF Saúde e o novo Refis. As diferenças, por sua vez, passam então a ser vistas
de forma positiva, como parte natural do processo democrático. E, no fim das
contas, isso é muito produtivo para a sociedade, pois são diferentes ângulos de
visões que se afinam por resultados que impactem, de maneira benéfica, o DF, o
cidadão.
Houve momentos mais tensos como a tentativa de
instaurar a CPI da Pandemia. O que foi preciso fazer para contorná-la? Em
primeiro lugar, é importante destacar que toda e qualquer atitude que venham a
ser lesivas aos cofres públicos devem ser investigadas, apuradas. E os
responsáveis por tais atitudes devem ser responsabilizados e punidos na forma
da lei. Sobretudo, se houver algum tipo de oportunismo, de aproveitamento de
uma situação de crise. Então, ninguém é contra o olhar criterioso do Estado. O
que não pode haver é politização e, ainda, que se faça um corte temporal que
deixe de fora todo o histórico da pasta. Se é para investigar, vamos a fundo,
não vamos satanizar uns e endeusar outros, excluindo-se aí possíveis aliados de
partidos e políticos que estão na ativa. Para resumir, não somos contra, não
temos o menor problema com nenhuma ferramenta de fiscalização, mas elas têm de
ser isentas.
Quais projetos o Executivo prioriza para esse fim de
ano? Ainda dá tempo de aprovar alguma pauta importante para a cidade? Sim,
ainda temos quase um mês de sessão legislativa, ainda dá tempo de aprovar
pautas de relevância para a cidade. Temos ainda pela frente diversas pautas que
dizem respeito a orçamento e de ajustes de final de ano, e é de fundamental
importância que nós as votemos. Também consta o IPVA e o IPTU, pautas sobre
carreiras e concursos. Estamos afinando o que ainda entra, e posso adiantar que
é por aí.
O que deve nortear o ano de 2021? São vários vieses
importantes para o DF. Um deles é o olhar cuidadoso sobre a economia, sobre a
reconstrução dos setores mais afetados pela pandemia do novo coronavírus.
Outro, mas esse depende acima de tudo da chegada da vacina, é a imunização da
população do DF. Digo isso baseado nas recentes notícias, como o anúncio da vacina
da Pfizer e outras que começam a se tornar realidade. Também acredito na
retomada dos espaços que foram suspensos durante o ano de 2020, como as
escolas, os órgãos. Então acredito que a conscientização, o acolhimento ao
cidadão, vão ser bastante presentes. No mais, nada parou. De forma cuidadosa as
obras em todo o DF seguiram, os programas foram lançados e Câmara se reinventou
e seguiu firmemente.
O senhor se candidatou à presidência da Casa nas
últimas eleições. Vai disputar dessa vez ou apoiar, como o governador, o atual
presidente Rafael Prudente? Ser presidente da Casa é uma honra para todos os
deputados, e se para o fim do ano nossa decisão for por entrar no pleito por
essa missão, isso ocorrerá no mesmo diapasão que sempre direcionou o nosso mandato,
que é trabalhar pelo cidadão, de forma transparente, ética e honesta. E, se
Deus porventura nos presentear com mais esse desafio, não seria diferente.
Alexandre de Paula
– Coluna “Eixo Capital” – Foto: Vinícius Cardoso/CB/D.A.Press – Correio
Braziliense