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Alguma coisa de muito podre no reino da capital


Alguma coisa de muito podre no reino da capital


*Por Circe Cunha e Manfil

 

Para que uma instituição pública, de altíssima relevância para o país e para a democracia, consiga atingir um patamar negativo, que a leve ao descrédito generalizado junto aos cidadãos, é preciso muito mais do que uma ação ou outra realizada ao acaso ou uma má notícia fortuita nos jornais.

 

Para se chegar próximo ao fundo do poço da descrença, são necessários anos e anos de labuta intensa, trabalhando constantemente contra o senso comum e contra aquilo que a cidadania acredita como sendo o caminho da ética, da lisura e da defesa dos princípios mínimos de civilização. É, infelizmente, nesse sentido que tem trabalhado nosso Supremo Tribunal Federal, quando, erradamente, gaba-se de fazer ouvidos moucos ao clamor das ruas, como se esse alheamento voluntarioso emprestasse grandes vantagens ao Direito e ao correto fazimento da Justiça.

 

A insistência com que essa magna corte vem trabalhando na contramão dos interesses da nação só não a torna campeã absoluta no quesito insatisfação popular, porque, junto à ela, estão também os outros dois Poderes da República insistindo em contrariar os anseios nacionais pelo fim do que se poderia chamar de antigo regime ou velha política, onde os privilégios das elites dirigentes do pais são mantidos a ferro e fogo.

 

Não bastasse a decisão recente do mais novo dos ministros, em descaracterizar a já desidratada Lei da Ficha Limpa, modificando, unilateralmente, a sua redação e, com isso, escancarando as portas para a reintrodução de políticos malfeitores já nas próximas eleições, também, em decisão recente e monocrática, outro ministro mandou colocar na rua um dos grandes chefes do Primeiro Comando da Capital, contrariando os mais elementares princípios de segurança pública ao colocar de volta às ruas um criminoso de altíssima periculosidade.

 

Três dias atrás, outro notório ministro, campeão de habeas corpus a políticos enrolados com a lei, mandou soltar um dos maiores doleiros do país, denunciado em diversas infrações nas mais diferentes operações da Polícia Federal e peça chave na elucidação de diversos crimes, tornando o trabalho da conclusão de casos complicados ainda mais difícil e uma ativa afronta às autoridades investigativas. Diante desses e de outros incontáveis casos de livramento de bandidos de alto coturno, os brasileiros ainda têm que suportar que essa mesma turma, eufemisticamente denominada garantista, prossiga na concessão sistemática de habeas corpus a delinquentes do colarinho branco, contribuindo abertamente para esvaziar o longo e profícuo trabalho realizado pela força tarefa da Lava Jato, já por várias vezes classificada, por esses doutos juízes, como uma quadrilha.

 

Com isso, não chega a ser surpresa que, na maioria das pesquisas de opinião pública, aqueles consultados que acompanham de perto essa estranha sanha em desmanchar os processos dos poderosos, feita na suprema corte, desaprovam o desempenho desses juízes num patamar que cresce à medida em que o entrevistado possui maior escolaridade.

 

Quem percebe o que está acontecendo nessa corte, embora não entenda a razão para tanta dedicação em desmantelar investigações envolvendo gente poderosa, induz, mesmo sem saber como, que alguma coisa de muito podre vem ocorrendo no reino ou na Praça dos Três Poderes.

A frase que foi pronunciada: “O melhor programa econômico de governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem” ((Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá)

Imperdível: Quem não foi ainda há tempo. A partir das 19h30, na Torre de TV, um espetáculo de luz, imagem e som.

 

Ao contribuinte: Cada recibo impresso de impostos e taxas pagos à Secretaria da Fazenda do DF não há discriminado a que imposto ou taxa se refere: IPTU, IPVA, ITCD, ou qualquer outra taxa. A única relação com a cobrança é o código de barras. Seria pensar na segurança e organização do contribuinte detalhar no recibo pago a referência completa.

Online: Uma das melhores páginas do Governo Federal para se navegar é a do > > Ministério da Infraestrutura. Simples e amigável, além do conteúdo que aponta uma excelente gestão, a forma facilita o acesso às informações. Ministro Tarcísio Gomes e equipe acertaram.

 

Tente: Por falar em gestão, seria uma surpresa, no comércio, que os donos da loja aparecessem para verificar o atendimento. Ou nas grandes empresas, que os donos telefonem para pedir informações. Veriam com os próprios olhos e ouviriam com os próprios ouvidos o que passam os contribuintes.



Circe Cunha e Manfil – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha - Charge do Cazo - Irineu Evangelista de Sousa, Visconde de Mauá. Fotos: wikipedia.org – Blog-Google -  Correio Braziliense.





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