A Superintendência de Fiscalização do Instituto Brasília
Ambiental, junto com outros órgãos do GDF, está desconstituindo várias
irregularidades feitas dentro da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE)
do Córrego Cabeceira do Valo, localizada nas regiões administrativas da
Estrutural e do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA). A
operação está ocorrendo desde o dia 28 de janeiro e ainda não tem data para ser
concluída.
A ARIE continha uma pista clandestina que ligava o
assentamento 26 de Setembro à Estrutural, uma canalização na cabeceira do rio
desviando seu leito original, e muitos resíduos da construção civil. Já foram
desfeitos cem metros da pista clandestina e toda a canalização irregular do
rio, que retornou ao seu leito original. Foram refeitos também os taludes e
retirados mais de 30 caminhões de resíduos. Os resíduos estão sendo levados
para o aterro da Serviço de limpeza Urbana (SLU), que fica na Estrutural.
A recomposição da área de preservação foi iniciada
na semana passada, com plantio de 50 mudas. Porém, os auditores constataram,
nesta segunda-feira (8), que todo o plantio feito foi retirado no final de
semana. “Provavelmente pelos degradadores que não estão interessados na
desconstituição da pista clandestina e da canalização irregular, locais onde
foram feitos os primeiros plantios, visto que essas áreas estavam denudas de
vegetação e vulneráveis a assoreamento”, esclarecem os auditores.
A denúncia, sobre a ocorrência dessas
irregularidades na ARIE, chegou à Sufam via Ouvidoria do GDF e por meio de uma
operação conjunta do Brasília Ambiental com o DF Legal, realizada recentemente
em parte do Assentamento 26 de setembro, na qual foi constatada a pista
clandestina de acesso.
Investigação: Os degradadores ainda não foram
identificados. Foi instaurado um inquérito policial para verificar a autoria
dos danos. Foi solicitada perícia para quantificar os danos ambientais. A
Polícia Civil, através da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à
Ordem Urbanística (Dema), está investigando o caso. Assim que os responsáveis
forem identificados, o Brasília Ambiental vai tomar todas as medidas
administrativas cabíveis referentes à questão ambiental.
De acordo com a Diretoria de Fiscalização Ambiental
do Instituto (Difis 2), que monitora e fiscaliza as Unidades de Conservação
(UCs), parques e ARIEs e que coordena a operação, a ARIE do Córrego Cabeceira
do Valo está em constante monitoramento tanto pelo Brasília Ambiental como
pelos órgãos de segurança do GDF.
“É um trabalho integrado com as forças de
fiscalização e as forças de segurança do GDF, para evitar que se amplie a
degradação dessa cabeceira”, garantem os auditores fiscais do Brasília
Ambiental.
Estão previstas, como próximas etapas dessa
operação, a continuidade da remoção do material, a semeadura direta de gramínea
nativa para fazer a estabilização do talude do rio, e o adensamento do plantio
de mudas na área de preservação permanente para fazer a consolidação da APP de
novo. Além do Brasília Ambiental, fazem parte dessa operação o DF Legal,
Novacap, Polícia Militar, DEMA e SLU.
Agência Brasília - Com informações do Brasília Ambiental - Foto: Brasília Ambiental.