O problema é que o patrocínio do BRB para o
Flamengo, por exemplo, não é e nunca será algo irregular ou imoral, visto a
notoriedade do time (maior torcida do país), o que inclue os dois títulos
obtidos em 2019 (campeão da Taça Libertadores da América e campeão brasileiro).
Fora isso, a revista levanta uma lista de suspeições que não foram repercutidas
por outros veículos de comunicação visto a fragilidade do material.
Denúncias sem provas não passam de denuncismo
barato. Não se pode especular em torno da dignidade e da honra de qualquer
cidadão, ainda mais em se tratando do governador da capital do país. Se a
publicação tivesse apresentado provas de irregularidade de que o chefe do
Buriti estivesse favorecendo amigos ou subordinados, utilizando a máquina
pública para manipular o resultado de licitações, com certeza seria ato
criminoso. Todavia, não foi o que aconteceu.
Compra de fazenda com dinheiro pessoal é outra
forçação de barra. O comprador não pode ter a sua reputação destruída por conta
das atividades do vendedor. Ibaneis não é alvo de inquérito nos negócios da
família Picciani, investigada pela Lava Jato. Seria a mesma coisa de dizer que
ninguém poderia comprar o carro à venda do ex-ministro José Dirceu devido sua
condenação no escândalo do mensalão. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
A Crusoé também fala do apartamento de propriedade
do governador cujo inquilino seria o presidente da Câmara Legislativa do DF,
Rafael Prudente (MDB). Ora, o que tem de irregular se um político morar de
aluguel ou de graça no apartamento de outro? Existe legislação que proíba tal
negociação de caráter particular, não político? Não. É mais uma forma de
manipulação para tentar manchar a honra de Ibaneis sem comprovação de
ilicitude.
Existem outros itens denunciados pela revista, mas
que, da mesma forma, carecem de material comprobatório, não passando de ilações
inconsistentes no âmbito jurídico. Objeto periciado e comprovado serve de prova
irrefutável. O que se viu foi a caça desesperada de pelo em ovo.
2021 é um ano pré-eleitoral. De agora em diante,
falsas acusações podem surgir no horizonte. Volto a repetir: prova
incontestável de irregularidade deve ser denunciada e investigada pelo
Ministério Público, sendo julgada logo após pelos tribunais. Já denuncismo deve
ser abominado pela população, pois esconde interesses escusos do submundo da
política, onde se almeja o poder pelo poder, apenas.
Jornalista Fred Lima