Você é rebelde e eu pago o pato
Cada crise que atravessamos ao longo deste longo e tortuoso
caminho que teve seu princípio em 1889, com o golpe que instaurou a República e
decretou o fim da monarquia, vem embalada por novas expressões do idioma, que
traduzem e resumem cada momento e que logo são assimiladas por grande parte dos
brasileiros.
Acostumados já aos desvarios de um Estado institucionalmente
mal ajambrado e capturado, desde cedo, por uma elite política mal intencionada,
a sociedade já não se espanta com medidas tomadas em cima do laço e sem aviso
prévio. Foi assim também no confisco das poupanças e em outras medidas, que, em
última análise, têm os brasileiros como alvo principal, e não as elites, a quem
tudo é facultado.
Depois das expressões, inflação, deficit, impeachment, peculato,
corporativismo, ativismo político, rábulas e outras do gênero, estamos diante
agora do estrangeirismo lockdown. Para aqueles que vão, pouco a pouco, se
familiarizando com a palavra, que parece ter vindo para ficar, depois de uma
pandemia, que se dizia breve como uma gripe, trata-se aqui de uma interrupção
rigorosa e com critérios diversos, imposta pelo Estado, bloqueando total ou
parcialmente a vida nas cidades.
Acostumados à pandemia que já se prolonga por mais de um ano,
eis que agora é imposto um isolamento rígido, físico e social entre as pessoas,
mesmo da mesma família, a fim de se obter uma desaceleração na propagação do
coronavírus e de suas várias e rápidas mutações. Pelo menos é o que acreditam
as autoridades sanitárias, diante da anunciada superlotação dos hospitais em
todo o país.
Esse bloqueio total, anunciado agora pelo GDF, vem na esteira
de outros que estão sendo decretados país afora e que têm, como uma das causas
principais, a pouca adesão e respeito da população aos protocolos sanitários
exigidos e que podem ser observados no simples ato de usar as máscaras. É
preciso salientar que no Brasil, ao contrário do que ocorre em países como o
Reino Unido — onde até a rainha Elizabeth II aparece em vídeos institucionais
apelando para que todos sigam as orientações das autoridades sanitárias e
mantenham a disciplina durante a pandemia —, algumas autoridades fingem usar
esse equipamento, só ostentando, quando são flagrados por jornalistas.
Não se vê, em parte alguma, vídeos e outros meios de comunicação
de autoridades, apelando para que a população siga as normas de higiene e de
distanciamento. Com isso, não surpreende que parte da população simplesmente
despreze essas medidas e passe a se comportar como se nada disso estivesse
acontecendo. As reuniões em bares e restaurantes seguem noite adentro. Em toda
parte, é possível ver brasileiros infringindo as orientações de médicos e
especialistas. Se, até em um simples grupo de WhatsApp, as pessoas se acham no
direito de infringir as regras, nesse exemplo diário vemos como pensam esses
rebeldes que desconhecem o bem comum.
De fato, a população repete o comportamento das elites e da
maioria dos dirigentes do Estado. Infelizmente, nessa falta de respeito geral,
quem mais sofre são justamente aqueles que têm se resguardado em casa, os
idosos, os comerciantes que seguem as normas e a maioria dos profissionais
liberais, que ganham o sustento no dia a dia de trabalho.
Publicação no perfil oficial do SINDISASC no Instagram , Legislação » Até um projeto de lei, o de nº 1726/2021, indica alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias para que tudo aconteça. Agora é acompanhar se a primeira-dama, Mayara Noronha, e as secretárias Marcela Passami (SEJUS) e Ericka Filippelli (Secretaria da Mulher), vão obter o aval do governador para primar no atendimento social no DF.