Senador Izalci Lucas (PSDB-DF)
“Nós parlamentares temos a responsabilidade de
ajudar os nossos estados e municípios em recursos, investimentos e projetos.
Precisamos ter em mente que juntos podemos fazer muito mais”
Quais são os pontos fundamentais da PEC Emergencial? O
ponto principal da PEC Emergencial é exatamente o auxílio emergencial para
aqueles que estão com fome e sem emprego. Foi aprovado e a gente espera que
seja executado o mais rápido possível. Sempre com base na Lei de
Responsabilidade Fiscal, é claro. Mas vou falar do que que retiramos para não
perder aquilo que já havíamos discutido e aprovado há pouco e que não havia
sentido fazer parte desta proposta. Nós tiramos a desvinculação da saúde e
educação. Mantivemos os principais fundos de fomento, com exceção do FUST que é
muito importante e certamente será objeto de discussão e inclusão por parte da
Câmara. Tratamos ainda de assegurar direitos de servidores, especialmente
aqueles que estão na ponta e lutam por salvar vidas. Outras áreas também foram
preservadas em razão da importância para o desenvolvimento econômico e social
do país. É importante ainda ressaltar a questão dos incentivos fiscais.
Aprovamos recentemente a lei da informática, que é fundamental para o país, a
startup e a internet das coisas, todas com a assinatura do governo ou com o seu
apoio. Precisamos garantir que se desenvolvam e tragam novos sopros para o
desenvolvimento do país. Precisamos de banda larga nas escolas, de comunicação
com tecnologia e, sobretudo que a educação e a cultura cheguem a cada canto
desse país.
O auxílio emergencial de R$250 não é uma miséria? O
auxílio emergencial é de quatro parcelas de R$ 250. É evidentemente muito
pouco, uma vez que começou com R$ 600, baixou para R$ 300 e agora é de R$ 250.
É bom lembrar que de R$ 300 para R$ 250, só o aumento do arroz e do óleo de soja
já ultrapassa mais do que isso. Então é pouco, mas, lamentavelmente, a situação
econômica do país exige que tenhamos responsabilidade ao tomarmos as decisões.
Se for possível fazer mais, certamente o faremos.
Por que aprovar o auxílio emergencial junto com medidas de ajuste
fiscal? Para evitar que percamos o rumo e comecemos a dar
cheque em branco. O Brasil tem uma dívida ainda muito grande e precisamos dar
segurança jurídica àqueles que querem investir no país. Com isso, sinalizamos
que vale a pena investir no Brasil.
O Brasil está mais pobre com a queda de 4 pontos no PIB. Como
recuperar? Não, não estamos mais pobres. Perdemos 4 pontos no
Produto Interno Bruto e isso não é bom, mas as economias globais, como Reino
Unido, EUA, França e Alemanha dentre outros tiveram perda de 4,1% no PIB de
2020. A única economia que teve ganhos foi a China, com 2,3%. Todos as maiores
economias do planeta perderam e lutam por recuperação. Isso não significa que
estamos mais pobres. Isso é alerta e luta pela recuperação. Nós, especialmente,
temos que trabalhar por essa recuperação o mais rápido possível. Mas, para
recuperar a economia e crescer, é preciso não ter medo de investir e muito.
Principalmente nas áreas em que não se investe e são de suma importância para
desenvolvermos as nossas maiores riquezas. Investir em Educação, Ciência,
Tecnologia e Inovação vai nos colocar em pé de igualdade com as maiores
potências do mundo. Já somos potência em commodites. Esse pódio já é nosso. Mas
só as commodites não nos garantem um país próspero e uma população sem fome. O
século 21 da tecnologia já nos mostrou que em um Brasil Analógico, o
desenvolvimento e a sobrevivência não se darão.
Você é a favor do lockdown decretado pelo governador Ibaneis
Rocha? Eu não sou contra a proteção, seja ela por
restrições ou falta de informação. Sou contra o lockdown decretado no DF porque
ele não vale para quem de fato precisa trabalhar. As pessoas que trabalham
durante o dia têm que fazer uso do serviço de transporte público. Vêm e vão de
manhã e no fim do dia em ônibus lotados (o vírus deve estar dormindo). Daí,
aqueles que trabalham à noite e querem manter seus empregos ficam proibidos de
trabalhar porque o lockdown vale das 20h às 5h da manhã (o vírus deve estar
acordado.) Daí os bares e restaurantes não podem abrir, as pessoas ficam sem
emprego. Quer dizer que o vírus só contamina à noite? Não é que não seja
favorável, mas é que não faz muito sentido. A outra coisa se dá com a educação.
Vamos falar sério sobre isso. Vamos investir na proteção dos professores e
alunos. O que não podemos fazer é deixar nossas crianças e jovens sem escola
mais outro ano. Faltou planejamento, mas ainda dá tempo. O problema é que é
mais fácil deixar aqueles que mais precisam sem aula e sem futuro do que
planejar e investir. Quanto à saúde e seus servidores, não há lockdown, há
sofrimento em razão de desmandos e corrupção. Para a população, há falta de
atendimento, improviso e, em muitos casos, mortes.
Como vamos sair da crise? Para sair da crise
aqui do Distrito Federal, a primeira coisa é acabar com a prepotência, a
arrogância e a auto-suficiência do governador. Ele precisa sair às ruas, ouvir
e dialogar com a população e com seus representantes nas Casas de leis (Câmara
Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado) para buscar ajuda em todas as áreas
que o DF precisa. Nós, parlamentares, temos a responsabilidade de ajudar os
nossos estados e municípios em recursos, investimentos e projetos. Precisamos
ter em mente que juntos podemos fazer muito mais. Precisamos ter em mente,
especialmente nesse momento, que a união, a solidariedade, o trabalho e o amor
são as nossas maiores armas para combater essa pandemia que assolou o mundo e o
nosso país.