A Comissão de Educação, Saúde e Cultura (Cesc) da Câmara Legislativa do
Distrito Federal (CLDF) aprovou nesta segunda-feira (1º) o parecer que indica o
nome do ex-ministro da Saúde, Gilberto Occhi, para assumir a presidência
definitiva do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal
(Iges-DF). O gestor já tinha sido aprovado para ocupar o cargo em 18 de
fevereiro, pelo Conselho de Administração do instituto. Agora, o nome dele será
encaminhado ao plenário para votação na CLDF.
A aprovação do relatório ocorreu após arguição realizada on-line que
durou mais de duas horas, com quatro votos favoráveis e um contrário. Votaram a
favor a deputada Arlete Sampaio, presidente da Cesc, e os deputados Rodrigo
Delmasso, Cláudio Abrantes e Jorge Vianna. Foi contrário Leandro Grass,
vice-presidente da Cesc.
Durante a sabatina, Occhi garantiu que as primeiras medidas adotadas
durante sua gestão serão promover uma reestruturação organizacional que trará
uma economia de R$ 18 milhões e a readequação do plano de cargos e salários,
permitindo o reequilíbrio financeiro do Iges.
“Vamos trabalhar para que o Iges
seja autossustentável, eficiente e possa proporcionar melhorias, como diminuir
as filas de exame e cirurgias, que são tão importantes na vida do cidadão” (Gilberto
Occhi, presidente do Iges-DF)
“São essas economias que vão colocar o Iges em condição para pagar as
suas contas e fazer investimentos necessários para melhorar o serviço de
assistência que nós temos que oferecer à população do DF”, disse. “Vamos
trabalhar para que o Iges seja autossustentável, eficiente e possa proporcionar
melhorias, como diminuir as filas de exame e cirurgias, que são tão importantes
na vida do cidadão”, pontuou.
Devolução de servidores: Sobre a devolução de servidores, o novo
presidente garantiu que não fará nenhuma devolução de forma atabalhoada,
desrespeitosa ou que venha a gerar desassistência à população. O retorno
somente será realizado se não houver sucesso nas demais medidas financeiras
previstas, as quais já começaram a ser planejadas.
Segundo ele, atualmente, a folha de pagamento de 6,5 mil celetistas do
Iges é de R$ 31 milhões, enquanto o custo da folha de 2,5 mil servidores da
Secretaria de Saúde é de R$ 35 milhões. Por isso, uma alternativa já
apresentada ao secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, seria a Secretaria de
Saúde arcar com a diferença salarial dos servidores que recebem um valor mais
alto.
Occhi disse que sua gestão terá o fortalecimento da Controladoria Interna, que hoje só conta com dois profissionais para fazer auditoria. “As melhorias salariais, as incorporações e o tempo de serviço, tudo isso foi agregado ao servidor, porque é direito do profissional, mas traz um custo maior. Já conversei sobre essa proposta com o secretário de Saúde”, ressaltou.
Controle interno: Occhi disse que sua gestão terá o fortalecimento
da Controladoria Interna, que hoje só conta com dois profissionais para fazer
auditoria. “Temos um código de ética e vamos fazer um trabalho de capacitação.
Vamos evitar a corrupção e demonstrar a transparência, bem como incentivar que
a população se manifeste pelos canais de Ouvidoria”, completou.
“Também vamos fazer a análise dos dois prédios de aluguéis, o do SIA e o
que fica no PO 700. E, se conseguirmos outros prédios mais baratos, vamos
tentar negociar e, se for necessário, fazer a transferência, gerando economia”,
ressaltou.
Occhi também se comprometeu a aumentar a transparência de todos os atos
do Iges e levar ao conhecimento da CLDF todos os relatórios de auditoria, assim
que eles forem concluídos e possam ser legalmente publicados. No caso
específico do uso de cartões corporativos, ele também citou que determinou a
suspensão imediata dos cartões, bem como a restituição dos gastos ao Iges,
mesmo que seja necessário acionar a esfera judicial.
Na área de pessoal, também haverá maior publicidade dos processos
seletivos, bem como serão adotados mais critérios de seleção, como adoção de
peso na pontuação dos candidatos por tempo de experiência e qualificação
profissional.
De acordo com Occhi, os contratos de qualquer natureza que não estão
sendo cumpridos pelas empresas contratadas serão imediatamente suspensos ou
serão glosados (receberão abatimentos) de acordo com o que não está sendo
feito.
Occhi se comprometeu, ainda, a
colocar o PET/CT em funcionamento. O equipamento usado para diagnosticar e
tratar casos de câncer foi instalado no Hospital de Base (HB) e aguarda licença
da Comissão Nacional de Energia Nuclear para funcionar. Ele também ressaltou
que vai regularizar os pagamentos às construtoras das sete novas unidades de
pronto atendimento (UPA), após readequar a contratualização junto à SES para
receber os repasses referentes às obras.
Currículo: Gilberto Occhi tem
ampla experiência em administração pública. Entre abril de 2018 e janeiro de
2019, foi ministro da Saúde e presidente da Caixa Econômica Federal na gestão
de Michel Temer. Antes, ainda na esfera federal, foi ministro das Cidades e
ministro da Integração Nacional no governo de Dilma Rousseff.
Ainda em 2019, Occhi passou a
atuar no Governo do Distrito Federal (GDF). Foi escolhido pelo governador
Ibaneis Rocha para a chefia da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap). O
gestor volta à política local assumindo o Iges-DF para dar continuidade ao
trabalho de prestação de serviço humanizado à população.
Agência Brasília - Mônica
Pedroso - Com informações do Iges-DF Foto/Ilustração: Blog- Google