Enfrentando um dos
piores episódios da pandemia de Covid-19, o Distrito Federal corre para
aumentar o número de leitos de UTI. Nesse contexto, o governador Ibaneis Rocha
(MDB) conversou com o ministro da Saúde e disse, nesta segunda-feira (1º/3),
que Eduardo Pazuello garantiu o pagamento dos leitos que a capital do país
conseguir habilitar.
Ibaneis afirmou à
coluna que a maior dificuldade tem sido a falta de oferta desses espaços
especializados: “O problema hoje é que esses leitos não existem, e estamos
trabalhando para criar. Leito de UTI demanda equipamentos, insumos e,
principalmente, recursos humanos, os quais estão mais que escassos nesta crise
nacional”.
O governador anunciou
que, apesar das adversidades, serão abertos mais 130 leitos até o próximo
domingo (7/3). Em despacho ao qual a coluna teve acesso, a Secretaria de Saúde
informou ter colocado em operação 46 leitos de UTI Covid-19 entre a última
sexta-feira (26/2) e esta segunda. A previsão é de que outras 175 unidades
sejam liberadas até 12 de março.
Nesta segunda, Ibaneis
se reuniu com representantes dos hospitais particulares para solicitar a
ampliação de leitos contratados pela rede pública.
Durante o fim de semana,
a ocupação das UTIs na rede pública chegou a 97%. Nesta segunda, 90,4% estavam
com pacientes e há 22 leitos vagos, segundo a secretaria. Dos leitos de unidade
de cuidados intermediários (UCI), 81,5% estão ocupados e há 21 unidades livres.
Diante do aceno
positivo por parte de Pazuello, Ibaneis descartou a possibilidade de entrar na
Justiça para obter o financiamento dos leitos, como fizeram os governos da
Bahia, do Maranhão e de São Paulo.
No sábado (27/2), a
ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber determinou que o
Ministério da Saúde volte a custear leitos que eram pagos nos três estados até
dezembro do ano passado.
Transmissão No fim da
semana passada, quando as redes de saúde pública e privada estavam à beira do
colapso, o governador decidiu decretar lockdown para evitar a piora no cenário
brasiliense.
Ibaneis condiciona o
afrouxamento da restrição à diminuição da transmissão da Covid-19. “Vamos
acompanhar dia a dia para avaliar as medidas”, disse o governador à coluna.
A taxa de contágio da
Covid-19 no Distrito Federal cresceu 26,3% em 10 dias, comprovando que o novo
coronavírus está em alta na capital do país.
Esse índice mede a
capacidade que cada infectado tem de contaminar outras pessoas. Se o indicador
Rt está em 1, isso indica que 10 doentes podem transmitir a Covid-19 para
outros 10 cidadãos. O ideal é que a taxa fique abaixo de 1.
No DF, a Rt estava em
0,95 no dia 19 de fevereiro. Na última sexta-feira (26/2), subiu para 1,08, no
domingo (28/2) chegou a 1,12 e, nesta segunda-feira, ficou em 1,2, de acordo
com dados da Secretaria de Saúde.
Taxa de transmissão no
DF - Confira o histórico da taxa Rt no DF:
Lilian Tahan - Isadora
Teixeira - Colaborou Rafaela Lima Foto: Jacqueline Lisboa - Metrópoles.