Guerreira incansável é uma das definições que a equipe do Kiosky da Rosa
usou para descrever a fundadora do bar e restaurante, Rosa Oliveira, ao anunciar
a morte da empresária. Ela tinha 55 anos e morreu ontem, devido a complicações
da covid-19. O estabelecimento a administradora gerenciava é ponto de encontro
tradicional do Cruzeiro Novo desde 1983, quando começou a funcionar.
Rosa estava internada desde 1º de março, em estado grave, mas precisou ser
transferida para a unidade de terapia intensiva (UTI) poucos dias depois de ser
levada ao hospital. Sem vagas na rede pública, ficou em um hospital particular.
Dias depois, apresentou leve melhora no quadro, mas, infelizmente, não resistiu
às complicações da doença. Para ajudar a pagar os custos da internação, dos
tratamentos e para cobrir as despesas com os funcionários, a família deu início
a uma campanha de arrecadação financeira na internet.
Uma das amigas mais próximas de Rosa é Williane Carvalho, 42. Moradora de Águas
Claras, a gestora de recursos humanos conheceu a empresária em 1999. “Ela tinha
uma carrocinha em que vendia bala nas quadras do Cruzeiro, e eu ia para lá com
meus amigos. Depois, a Rosa abriu uma de espetinho, no mesmo bairro. Peguei o
início do quiosque dela, na Quadra 105. Ela era uma pessoa que acreditou em
muitos projetos que realizei. Criamos um bloco de carnaval de rua para mulheres
chamado Não Dê Asa a Cobra, criado em 2009, mas que não existe mais.
Conseguimos reunir 200 pessoas, a maioria eram clientes dela. Ela tinha muito
carinho pelas pessoas”, contou Williane.
Honestidade: Aos 13 anos, quando morava em Catarina (CE), Rosa
ajudava a mãe, Francisca Maria da Conceição, a lavar roupas para pagar as
contas da casa. Depois que chegou ao Distrito Federal, trabalhou como operadora
de telemarketing e cursou dois anos de administração em uma universidade
particular, mas precisou largar tudo para assumir o emprego de zeladora do
prédio em que morava com a mãe.
Nessa época, as duas começaram a vender guloseimas embaixo do bloco, no
Cruzeiro Novo.Depois, passaram a vender refeições também, em um trailer de
metal que conseguiram comprar graças ao dinheiro que ganharam em um sorteio na
Igreja Santa Teresinha. Zenab Madureira, amiga de Rosa há décadas, lamentou a
notícia. “Estamos todos, amigos e familiares, muito abalados e incrédulos. Rosa
havia perdido a mãe 15 dias antes, e, ano passado, três irmãos dela morreram. A
dor está imensa”, relatou Zenab.
Além de amiga, Cristina Lagos, 61, administrava as redes sociais do Kiosky da
Rosa. A convivência com a chefe começou há cerca de sete anos, quando as duas
se conheceram. “A Rosa era uma pessoa com um coração enorme, batalhadora e
honesta. Presenciei muitas atitudes leais dela com os funcionarios. Ela
valorizava quem trabalhava com ela e, geralmente, virava amiga (da equipe)”,
disse.
Quando a pandemia comecou e tiveram de fechar o Kiosky pela primeira vez, Rosa
disse que não mandaria ninguém embora, segundo Cristina. “Ela conseguiu manter
todos os funcionários com os salários pagos. Sentou com eles e buscou uma
solução para cada um. Adequou a nova realidade. Sempre admirei muito a garra da
Rosa, vou sentir muita falta dela”, completa a amiga.
Ana Isabel Mansur – Pedro Marra – Foto: Arthur Menescal/CB/D.A.Press –
Correio Braziliense
Mais uma que a tal gripizinha levou!!! Quantos ainda irão morrer na agonia das filas de espera por UTI? Ainda não entendi porque tiraram o quiosque do Mané!!! Meu irmão tratou lá e só deixou elogios.
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