Se Eric Clapton é visto como um
deus, como dizia uma pichação em Londres que correu o mundo na época, o
guitarrista e compositor brasiliense Daniel Santiago esteve pertinho do céu
pelo menos em duas ocasiões. A primeira, foi quando tinha uns 10 anos de idade
e o pai, grande entusiasta da música, o levou para ver um show do ídolo em
Brasília. A segunda foi quando Clapton em pessoa tocou guitarra no single Open
world, que Daniel lançou esta semana, com um videoclipe. O single antecipa o
quinto álbum solo de Santiago, Song for tomorrow, que será lançado em 9 de
abril. Antes, outros dois singles, Song for tomorrow e From the Mountains, vão
para as plataformas em 26 de março e 2 de abril, também com videoclipes.
Em 2019, Clapton conheceu o álbum
Simbiose, do duo de Daniel com o guitarrista Pedro Martins, grande parceiro e
alma gêmea musical. Os dois foram convidados para se apresentar no Crossroads
guitar festival, evento de Clapton realizado em Dallas, no Texas. Lá,
conheceram o guitarrista e produtor Kurt Rosenwinkel, de quem Daniel era fã
antes de qualquer um em Brasília e cuja obra, que conhece profundamente desde
2006, ajudou a difundir por aqui. Daniel e Pedro perguntaram ao estadunidense
radicado na Alemanha se não gostaria de produzir algum trabalho do duo pelo
selo dele, Heartcore, e Kurt topou.
Em 23 de fevereiro de 2020, os
dois estavam na Alemanha, no estúdio. A princípio, planejavam trabalhar em
alguns temas do duo, mas Pedro sugeriu que Daniel mostrasse algumas canções que
ele tinha guardadas e acabaram trabalhando nessas músicas. Com o tempo,
perceberam o trabalho estava indo em uma direção mais coerente com um projeto
solo de Daniel, e foram por este rumo. “Estava com uma cara bem minha, de
canção”, explica Daniel. “Pedro e o Kurt conversarem e chegaram à conclusão de
que na verdade era um álbum que deveria ser meu.”
E assim foi. Além de Pedro
Martins, que tocou baixo, guitarra e percussão, colaboram com Daniel o
baterista Sérgio Machado e a backing vocal Marina Marchi. Além da guitarra,
Daniel toca violão, percussão e sintetizador. Enquanto produziam, Kurt, grande
amigo de Clapton, mandou o futuro single para o colega, que gostou da faixa, e
Kurt teve a ideia de convidá-lo para participar. “Me dê duas semanas”, disse
Eric, que, ao fim do prazo, mandou os solos que gravou em Londres e já podem
ser ouvidos nas principais plataformas digitais de música.
Influências: Tanto Clapton quanto Rosenwinkel são guitar heroes
para Daniel. Kurt é sem dúvidas uma das maiores influências do brasiliense na
guitarra, enquanto Clapton ressoa na maneira como o músico faz canções pop
calcadas no rock mais trabalhado dos anos 1960 e 1970.
No álbum, porém, que poderia ter
ido para um terreno mais virtuoso, Daniel quis invocar o impacto que a música
causou naquela criança que viu Eric Clapton tocando pela primeira vez, e que
amava Pink Floyd, Led Zeppelin e o clube da esquina, influências que podem ser
sentidas no álbum. Mas é um disco que olha para o futuro, como aponta o título:
“Tem uma coisa de esperança em um mundo mais justo e igualitário, mais aberto,
sem barreiras ou fronteiras.”
“(Song for tomorrow)
Tem uma coisa de esperança em um mundo mais justo e igualitário, mais aberto,
sem barreiras ou fronteiras” (Daniel Santiago, instrumentista)
Serviço: Lançamento do álbum Song for tomorrow, pelo selo
Heartcore, em 9 de abril nas principais plataformas digitais de música. Antes,
serão lançados os singles.
Atenção: esse vídeo de maio de 2020, como apresentação de Daniel Santiago. Publicação do Blog.