Para o titular da
Segov, investimento em infraestrutura é uma das medidas mais eficientes para
melhorar o cenário econômico da capital
“Obras têm gerado 30 mil empregos”
Em entrevista ao CB.Poder — parceria do Correio
Braziliense com a TV Brasília —, o secretário de Estado de Governo do Distrito
Federal (Segov-DF), José Humberto Pires, defendeu que a imunização e os
incentivos econômicos devem ser tratados com igual prioridade no DF. Durante a
conversa com o jornalista Vicente Nunes, ontem, o chefe da Segov ressaltou a
prorrogação do prazo de pagamento de tributos e a isenção de impostos dada aos
empresários do DF e avaliou que a crise financeira é temporária. Pires revelou
que cerca de 200 obras estão em andamento em Brasília e que as atividades têm
gerado 30 mil empregos diretos e indiretos.
O senhor tem um viés muito econômico, temos visto tanto o ministro da
Economia, Paulo Guedes, como o presidente do Banco Central, Roberto de Oliveira
Campos Neto, dizendo que a vacinação é fundamental para a retomada da economia.
Essa é a percepção também dentro do governo do DF? Sim,
o GDF (Governo do Distrito Federal) não poderia agir de outra maneira. Se
ficarmos apenas na pauta da pandemia, cometeremos um erro, pois temos uma
questão gravíssima de desemprego crescente. A cidade não pode parar. Por isso,
a nossa pauta da economia está sendo tocada com a mesma importância que está
sendo dada para a imunização da comunidade. Sabemos que as duas trabalham em
conjunto. É preciso que ambas aconteçam.
O que o GDF vem fazendo para não deixar a economia parar? Principalmente,
agimos com a administração de maneira competente com o orçamento que temos
disponível. O secretário André Clemente, da Secretaria de Economia (SEEC-DF),
tem feito um trabalho hercúleo, no sentido de administrar esse orçamento e
liberar as obras que são necessárias para serem realizadas. Porque a obra gera
emprego, gera renda e faz com que a cidade se desenvolva. Para se ter ideia,
neste momento, temos mais de 200 obras em andamento, nenhuma parou por uma
questão de falta de recursos ou qualquer tipo de situação que dependa do
governo. Essas obras têm gerado em torno de 30 mil empregos diretos e
indiretos. São investimentos na ordem de R$ 2,6 bilhões.
E os setores mais debilitados pela pandemia, o que o governo está
fazendo para ajudar? Em todas as áreas mais
vulneráveis, o governo desenvolveu uma linha de apoio para que elas não fossem
tão impactadas, ou na isenção dos impostos ou na prorrogação desses tributos.
Também tivemos a linha de crédito que foi aberta pelo BRB (Banco de Brasília)
para apoiar essas empresas. Somente na última linha de crédito que foi
autorizada pelo governador já foi demandado mais de R$ 1 milhão. Ou seja, a
visão de sobrevivência da empresa é o que dá garantia de uma sobrevivência
posterior. O comércio precisa continuar em condições de abrir.
Vimos na segunda-feira cenas de desocupação dos catadores de recicláveis
próximo ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), o que aconteceu? Aquela
área estava sendo atacada há muito tempo por pessoas que se colocam como
catadores e que estão fazendo os seus barracos no local. Mas é uma área
desapropriada, está no centro de Brasília, não é passível de regularização.
Então, decidimos tomar a decisão de limpar a área, porque a cidade tem que ter
ordem pública e urbanística. Temos o Codhab (Companhia de Desenvolvimento
Habitacional do DF) para que as pessoas se inscrevam e cumpram os critérios
para receber a sua residência. Mas houve um grupo que entrou na Justiça e pediu
uma liminar. Contudo, a nossa procuradoria conseguiu derrubar a liminar dando
condições para que a área fosse desocupada. Agora, o local está sendo limpo e
organizado.
Para onde as pessoas que estão lá vão ser levadas? Houve
algumas pessoas que se enquadram no princípio da habitação popular, a Codhab
está cuidando desse tema. Aos demais oferecemos os abrigos que temos, afinal
são pessoas e precisam ter todo o respeito e carinho. E não somos indiferentes
a elas. As pessoas que optaram pelo abrigo foram levadas. As que estavam ali
apenas para ocupar um espaço e, depois, conseguir uma autorização,
evidentemente voltavam para as suas casas.