Mais tempo para ficar
na rua Governador Ibaneis Rocha (MDB) flexibilizou o horário de funcionamento
de bares, restaurantes, shoppings e centros comerciais do DF. O toque de
recolher, agora, começa à meia-noite, e a venda de bebidas alcoólicas é permitida
até as 23h
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha
(MDB), alterou algumas medidas de restrição contra a covid-19. As mudanças
constam na edição extra do Diário Oficial do DF (DODF), publicada ontem. O
decreto amplia o horário de funcionamento dos shoppings centers e dos centros
comerciais e reduz o toque de recolher (leia Novas regras). Em anúncio feito
nas redes sociais, o chefe do Executivo local declarou que a capital ainda
passa por um período difícil da pandemia, mas defendeu a flexibilização como
forma de apoiar os empreendedores e funcionários.
O gerente do bar e restaurante Fausto e Manoel, no
Sudoeste, Afrânio Cordeiro, 38 anos, acredita que, com a mudança, o faturamento
tende a crescer. “Geralmente, nosso cliente é aquele que sai do trabalho por
volta das 19h ou 20h e vem jantar ou tomar algo. Com o horário antigo, isso não
era mais possível. Nosso faturamento melhor é o da noite e estávamos perdendo
clientela por isso”, disse. Francisco Salun, 46, e Luiz Gomes, 56, amigos e
clientes fiéis de Afrânio, elogiaram a mudança. “Quem sofre sempre é o
trabalhador, que fica sem saída, sem trabalho e não tem como pagar as contas.
Seguindo as medidas sanitárias, não tem problema, mantendo o distanciamento e
usando máscara”, destacou o empresário Francisco.
O presidente do Sindicato Patronal de Hotéis,
Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Antônio da Silva,
garante que os estabelecimentos estão seguindo as regras sanitárias e que a
expectativa dos empresários foi atendida. “Vamos poder voltar à quase
normalidade. Tenho certeza de que, gradativamente, iremos chegar lá”, pontua.
Segundo ele, desde o começo da pandemia, mais de 4,2 mil restaurantes e bares
fecharam e 30 mil pessoas do setor ficaram desempregadas.
O Sindicato do Comércio Varejista
(Sindivarejista-DF) acredita que o faturamento das lojas deve crescer até 3% no
Dia das Mães após o decreto de ampliação dos horários. “O varejo é um dos
setores mais prejudicados pelos efeitos negativos da pandemia. No DF, desde
março de 2020 até hoje, foram fechadas pelo menos 750 empresas por conta da
covid-19”, acrescenta o vice-presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta.
Na avaliação do presidente do presidente da
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF), José Aparecido,
a mudança é vista com “bons olhos”. “A restrição abalou todos os setores, em
especial os bares e restaurantes, que perderam muito no jantar.”
Cuidados: O economista Ciro Almeida, da GW2
Investimentos, faz uma análise do impacto econômico do DF com a ampliação do
horário. “É determinante essa flexibilização para a retomada da atividade
econômica da capital, visto que tivemos uma retração nos últimos dias devido às
restrições. Claro que é necessário respeitar as regras, mas é preciso pensar
também na sustentabilidade das empresas, de pequeno e médio porte”, avalia.
Para André Bon, médico infectologista do Hospital
Brasília, com a diminuição do número de casos, é razoável que haja
flexibilização na abertura do comércio. “É sempre bom reforçar as medidas de
prevenção, de distanciamento social, de utilização de máscaras e de
higienização das mãos. Isso precisa estar bem claro (nos estabelecimentos)”,
finaliza.
Darcianne Diogo – Luana Patriolino – Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press – Correio Braziliense.
Ampliação do Hospital de Samambaia - (Vídeo)