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Qualidade de vida cai na pandemia

Segundo a pesquisadora Andrea Gallassi, mesmo quem não aderiu ao distanciamento sofreu com as mudanças

 

Qualidade de vida cai na pandemiaEstudo analisou comportamento da comunidade acadêmica em relação ao isolamento social. Para 70% dos entrevistados, situação ficou mais grave durante a crise. Foram avaliadas também questões como o uso de álcool e de outras drogas no período

 

O isolamento social teve reflexos significativos para a sociedade. Pensando nos efeitos que a situação pandêmica pudesse deixar na academia, um estudo conduzido pela professora Andrea Gallassi, do curso de terapia ocupacional da Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília (UnB), avaliou o impacto psicológico do contexto atual na comunidade acadêmica. A pesquisa tem amostra de 2.790 respondentes divididos entre professores, alunos e servidores técnicos. O estudo revelou que 70% dos entrevistados alegaram que sua qualidade de vida piorou com a pandemia.

 

Para Andrea Gallassi, a informação é surpreendente. “Mesmo as pessoas que não aderiram ao isolamento, elas identificaram que houve uma piora. Esse dado chama muita a atenção”, diz. A comunidade acadêmica da UnB é formada por 39.228 estudantes de graduação, 8.563 alunos de pós-graduação, 2.848 professores e 3.203 servidores técnicos. A pesquisadora conta como começou o projeto. “Surgiu bem no começo da pandemia. Identificamos que essa questão do isolamento traria um impacto na vida das pessoas”, destaca. “A proposta era tentar saber como seria e como as pessoas lidariam com isso”, ressalta.

 

A pesquisa também analisou uso de álcool e outras drogas. Segundo os dados, apenas 28,6% dos entrevistados que consomem bedida alcóolica aumentaram o consumo na pandemia; 35,7% mantiveram o mesmo padrão; e 35,7% diminuíram durante a pandemia. Quanto ao tabaco, 19,9% aumentaram o uso, e 32,2% reduziram. Dos que afirmaram fazer uso regular da maconha, 16,2% perceberam aumento no consumo, e 29,9% diminuíram. A maioria, para os três casos, manteve o mesmo padrão de antes da pandemia. “Houve algumas especulações de que as pessoas iam usar mais drogas e iam beber por causa do isolamento, mas a comunidade acadêmica da UnB mostrou que não foi duramente afetada nesse sentido”, afirma Andrea Gallassi.

 

Mudanças: O estudante de filosofia Pedro Albuquerque, 21 anos, morador do Guará, sentiu a diferença do isolamento social nos estudos. Animado para começar o curso no ano passado, ele foi surpreendido pela pandemia e começou a estudar a distância. Pedro conta que tem dificuldade de se concentrar on-line. “O contato presencial com a universidade, com os alunos e os professores é totalmente diferente. Não tenho tanto foco para estudar em casa e sinto falta de tirar dúvidas pessoalmente com os professores”, diz. “Não tenho mais momentos de lazer e não vou mais a lugares que eu gostava, como restaurantes e parques. Tenho muito medo de me infectar e passar para a minha família. Aderi completamente ao isolamento”, conta o estudante.

 

Ao contrário da maioria, o professor de engenharia da computação André Lanna, 37 anos, da Faculdade UnB Gama, sentiu melhora na qualidade de vida. “Todo dia eu gastava 50 minutos para ir ao trabalho e o mesmo para voltar. Geralmente, preso em engarrafamento. Não tem mais isso”, relata.

 

O tempo economizado é revertido para o convívio com a família. “A pandemia estourou uma semana depois do meu filho fazer 1 ano. Pude acompanhar essa fase legal  de perto. Vi ele crescer, começar a caminhar e a dar os primeiros passinhos”, conta.

 

No entanto, o professor reconhece o lado ruim da pandemia para a comunidade acadêmica. “Tanto o professor quanto o aluno estão mais desgastados. É muito mais difícil dar aula on-line do que em sala. Você não sabe se os alunos continuam ali, não se tem a percepção de que ele está entendendo tudo”, explica Lanna.



Luana Patriolino – Fotos: Vinicius Cardoso/CB/D.A.Press – Correio Braziliense.
Termino do Hospital Acoplado de Samambaia... (Foto...Vídeo...,)











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