Formado por seis estados e o Distrito Federal, o grupo decidiu suspender
o processo de compra de 14 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. A
aquisição seria feita diretamente do Fundo Soberano Russo, e não pela empresa
União Química. Chegou a ser formalizada uma carta de intenções de compra.
Em princípio, o pedido do Consórcio Brasil Central (BRC) foi de 28
milhões de doses, o suficiente para imunizar a população dos seis estados e do
DF. A resposta foi de que só seriam possíveis 14 milhões. O preço negociado
estava em torno de US$ 9 por vacina.
Apesar de não ter o registro da Anvisa, foi permitida, no início de
junho, a importação direta pelos governadores, desde que seguindo uma série de
regras impostas pelo Ministério da Saúde. O consórcio dos estados do Nordeste
está realizando a compra. Mas os do BRC Central resolveram que não seria mais
necessária a aquisição, diante dos empecilhos e da polêmica em torno de
negociações sobre as vacinas. Fazem parte: Maranhão, Rondônia, Tocantins,
Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do DF.
Cronograma demorado: “Seria agora um trâmite muito longo e
complicado concluir a compra (da Sputnik). Manifestamos interesse, mas o
cenário mudou e temos a real perspectiva de sermos abastecidos totalmente pelo
governo federal, pelo Programa Nacional de Imunização. A previsão é que até
outubro o DF esteja vacinado”, explicou à coluna o vice-governador do DF, Paco
Britto, que é o secretário executivo do Consórcio Brasil Central.
Assédio de atravessadores: Paco Britto confirmou o assédio aos
dirigentes dos estados por pessoas que se dizem representantes de empresas
oferecendo a venda de vacinas. Mas o BRC decidiu não fazer transação direta de
compra, ou seja, independente do governo federal.
“Eles chegam, dizem que têm vacinas e jogam o preço alto. Alegam a
oscilação de valor devido à grande procura e à pouca oferta. Nós respondemos
que temos órgãos de controle e que o dinheiro público não pode ser investido
nesse parâmetro. Negamos esse tipo de negociação”, afirmou o vice-governador.
Xeique árabe: Governadores, inclusive Ibaneis, receberam cartas
oficiais de convite para irem aos Emirados Árabes negociarem vacinas de
supostos investidores dos laboratórios de produção. Convites assinados por
xeiques.
“Procuramos a Embaixada dos Emirados Árabes, que não reconheceu a
existência da tal empresa que tentava o contato”, revelou Paco.
Mobilização por doações: O vice-governador disse que é importante
apurar as denúncias da CPI da Covid no Senado. “São graves e precisam ser
esclarecidas. Mas a imunização não pode parar. A solução para a pandemia é a
vacinação em massa. Não terão UTIs e respiradores suficientes por mais que nos
esforcemos para garantir o máximo de atendimento. A saída não está em mais
hospitais. Mas sim na vacina”, enfatiza.
“Nos unimos ao setor produtivo e à
sociedade civil neste enfrentamento à pandemia e o resultado está sendo muito
positivo.”