A professora
aposentada Léa Maria de Oliveira Guerra, 69 anos, morreu em decorrência da covid-19 no
domingo (11/7). O Sindicato dos Professores do
Distrito Federal (Sinpro-DF) publicou, nesta quarta-feira
(14/7), uma nota sobre a morte da profissional. “Sua partida deixa uma dor
imensurável no coração dos amigos e familiares. Mas deixa também a lição da
coragem e da doação de ser educadora”, diz a nota.
Léa trabalhou nas
escolas das quadras 102, 106 e 304 da Asa Norte e se aposentou em 1995. No
entanto, não deixou o ambiente escolar de lado e continuou contribuindo com as atividades
educacionais. A professora deixa dois filhos.
Os colegas de trabalho
da educadora prestaram uma última homenagem com um texto intitulado Carta
de Amor à Léa, compartilhado pelo Sinpro-DF. Em um trecho, os amigos a
definiram como “admirável, querida, tranquila, dinâmica, bondosa”. Leia a
íntegra da carta:
Carta de Amor à Léa;
“Fez-se um enorme
silêncio, nesta tarde de domingo, 11 de julho. Sentimos um nó na garganta, uma
dor no peito e a lágrima escorreu. Foi o sentimento de cada uma de nós ao
receber a notícia da morte da colega Léa, vítima de COVID. Partiu, sem tempo de
despedir da gente ou da família.
Léa Maria de Oliveira
Guerra, era assim que uma colega a chamava quando a encontrava nos Bailes dos
aposentados. E ela discreta, elegante e gentil perguntava: precisa todo mundo
saber meu nome?
Trabalhamos juntas na
EC 304 Norte, mas Léa logo se aposentou, contudo não nos deixou! Manteve-se
unida a nós, colaborando.
Passou a frequentar a
Escola, assiduamente, nos intervalos, trazendo novidades, pois tinha o espírito
jovem. Era comunicativa, cheia de vida e luz. Sempre tinha uma história para
contar.
Tirava da gente o peso da responsabilidade do trabalho escolar e nos dizia: ‘Parem um pouco! Vocês não são máquinas! Podemos conversar, tomar cafezinho e rir um pouco.
Admirável, querida,
tranquila, dinâmica, bondosa. Também contribuía nas festas escolares
porque participava ativamente.
Quem é educadora não
esquece a sua missão. Ajudava a escola pública comprando suas fichas para
as barracas e os bazares. Os produtos que adquiria doava para pessoas carentes
de sua cidade natal. Exemplo de generosidade.
Era uma mulher
corajosa que sabia prender a atenção de todos quando contava algo.
Expressava-se muito bem, com clareza e tinha uma tonalidade de voz que
encantava quem a escutava!
Leá conduziu a vida
com maestria, grande companheira de trabalho, de encontros e, para algumas, de
viagens também.
Essa é a lembrança que
temos dela. Quebrava as tensões da rotina escolar nos trazendo leveza,
serenidade e alegria.
Mais um amor que
partiu! Que esteja junto aos anjos do céu, num lugar lindo, cantando hinos de
louvor.”