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Não vacile, vacine-se



Não vacile, vacine-se

O avanço da imunização dos brasileiros não deixa mais espaço a dúvidas: a vacina salva vidas. Todas as autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil mostram resultado satisfatório. Nas últimas semanas, a desaceleração na média de mortes, casos e internações por coronavírus no território nacional é prova inconteste da eficiência desses fármacos. Quem banca o sommelier de vacina, à espera do imunizante que considera melhor, coloca não apenas a própria vida em risco, mas torna-se um perigo também para as pessoas queridas ao redor e para toda a sociedade. 

 

No mundo inteiro, são incontestes os números que mostram os benefícios resultantes da imunização. E, no Brasil, não é diferente. O país chega a este fim de semana com mais de 60% da população adulta imunizada (quase 100 milhões de pessoas) com, pelo menos, a primeira dose de vacina contra o novo coronavírus. Mas ainda patina no quesito vacinação completa: pouco mais de 20% dos brasileiros com 18 anos ou mais. Apesar disso, os bons resultados aparecem claramente nas mais recentes edições do Boletim Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz. 

 

No estudo divulgado na quinta-feira passada, por exemplo, pesquisadores da Fiocruz confirmam que, à medida que a imunização avança, o país registra, igualmente, uma diminuição constante nos números absolutos de óbitos, infecções e internações nos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) do Sistema Único de Saúde (SUS) país afora. No entanto, eles fazem questão de ressalvar que o patamar de casos e mortes, embora se encontre em tendência de desaceleração nas últimas semanas, ainda é considerado muito elevado.  

 

Por isso, apesar dos dados positivos, especialistas reforçam o alerta de que não é hora de baixar a guarda nas medidas de proteção contra o vírus. É preciso, sobretudo, não descuidar no uso da máscara. Além disso, mesmo os vacinados devem evitar aglomerações e manter o distanciamento físico possível para evitar o contágio pelo vírus. Principalmente, diante da disseminação da variante Delta. Identificada primeiramente na Índia, essa mutação do coronavírus se espalhou rapidamente e, hoje, aterroriza até países em estágio de vacinação bem mais adiantado que o Brasil, como os Estados Unidos e nações da Europa, a exemplo do Reino Unido, Portugal, França, Holanda, Alemanha. 

 

É inadmissível, portanto, que no meio dessa tragédia que já tirou a vida de cerca de 550 mil brasileiros e infectou em torno de 20 milhões, ainda haja cidadãos bancando o sommelier de vacinas. Mesmo que se alegue um ou outro efeito adverso de uma ou outro fármaco -- apontados em estudos científicos, é bom que se ressalte --, imunologistas de todo o mundo já provaram, igualmente, que tomar o imunizante contra a covid-19, qualquer um dos que estão sendo aplicados no Brasil, por exemplo, traz muito mais benefícios e proteção à vida do que problemas de saúde que possa, rara e eventualmente, provocar. 

 

A humanidade é testemunha: se dependesse dos afeitos adversos listados na bula dos mais inofensivo dos medicamentos, ninguém tomaria, até hoje, sequer uma aspirina. Se avançamos na saúde, até aqui, foi graças à ciência. E é com a ajuda da ciência que vamos derrotar o negacionismo e vencer a pandemia do coronavírus. Se já chegou a sua vez na fila da imunização, não vacile. Vacine-se. Antes que seja tarde demais. 



Editorial do Correio Braziliense - Fotos-Ilustração: Blog-Google


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