Risco político calculado
O governador Ibaneis Rocha (MDB) acabou tomando a decisão
política correta ao evitar o encontro com Lula na casa do ex-senador Eunício
Oliveira (MDB-CE), no Lago Sul. Primeiro, porque em evento tão alardeado, como
o da noite de quarta-feira, não se decide nada importante. Segundo, porque
Ibaneis seguiu o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), que trabalha pela
terceira via e é quem, hoje, domina o partido. Outro motivo: o governador do DF
evitou desgastes com o presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado e de quem
depende financeiramente nas questões do DF. Uma má-vontade bolsonarista em ano
eleitoral seria um perigo para o GDF e para a reeleição de Ibaneis. Também há a
questão do eleitor. Lula tem alta rejeição no DF. É querido por uma parcela da
população — que não seria influenciada por um simples encontro — e odiado por
outra, que realmente ficaria incomodada com a situação. Não significa que
Ibaneis esteja fechado para o diálogo com Lula, mas algumas conversas rendem
muito mais no bastidor.
Família JK em campanha
O empresário Paulo Octávio já fala abertamente na provável
candidatura ao Senado. O filho caçula, André Octávio Kubitschek, bisneto de JK,
deve concorrer a um mandato de deputado distrital. Os dois estão filiados ao
PSD. Também há possibilidade de PO integrar a chapa de Ibaneis como vice.