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Piantella revive em Taguatinga

Piantella revive em Taguatinga

O gourmet brasiliense (com mais de 30, bem dito) não poderia receber melhor notícia nesse Natal do que a volta dos pratos ícones do Piantella, que por quatro décadas reinaram na alta gastronomia da cidade, sem nenhuma concorrência. Desde o tartar com a cebola e a clara cozida bem picadinhos até o fettuccine de camarão; do entrecôte de boeuf, que agora se chama prime rib Angus grelhado ao molho de tutano, cebola e bacon ao peixe à belle meunière com arroz de brócolis; do filé-mignon ao poivre ao penne ao salmão – alguns clássicos garimpados na memória de quem os levou à mesa e serviu.


Ninguém mais que o experiente maître Olney Bernardo, um mineiro de Caratinga que trabalhou 38 anos no templo da gastronomia brasiliense, extinto em abril do ano passado no início da quarentena, dando lugar há pouco mais de um mês a uma academia especializada em uso de bicicletas no mesmo espaço da 202 Sul. Nem mesmo o enfarte sofrido em 2007 afastou definitivamente o profissional do salão, que voltou recuperado ao antigo posto para conduzir os bons sabores até 2015. Aos 69 anos, o maître aposentado se contenta em ensinar os mais moços, como o filho Olnedy Bernardo, brasiliense de 35 anos que foi sommelier do Piantas até o fechamento, e agora está à frente do Bistrô Helena Nolleto, inaugurado em Taguatinga Norte, QNL 3, Conjunto G, Casa 17.

Negócio em família: “Quando minha sogra Helena Nolleto trouxe para cá, quase três anos atrás, a confeitaria que ela toca a vida inteira e funcionou em vários endereços, eu já tinha em mente a ideia de instalar uma operação requintada que oferecesse boa comida e ótimos vinhos para atender uma clientela exigente que sempre teve de se deslocar até o Plano porque não havia nada desse tipo nas redondezas”, explica Bernardo, o filho. Ele aponta que Taguatinga tem “inúmeros barzinhos, mas nenhum restaurante de alta gastronomia”.

Com todos os membros da família envolvidos no negócio, Olnedy, a mulher Ana Paula e o cunhado Welton Gonçalves, mandaram erguer mais um pavimento sobre a confeitaria para instalar o salão e a cozinha do bistrô, aberto no fim de novembro em soft open com capacidade para 80 pessoas. Nas caçarolas, o chef Fausto Mamede, que já trabalhou no B Hotel e em outros restaurantes, executa o menu concebido pelos Bernardos, pai e filho, no fabuloso resgate dos melhores sabores do passado, “mas com um toque de contemporaneidade”, ressalta o mais jovem. E quem melhor que o antigo maître para lembrar que o brasiliense mais gosta?

Filés e profiterole: O menu começa pela safra de entradinhas – croquete de cupim com aioli; polenta com ovo e azeite trufado; torradinha gratinada com Roquefort; pastel de carne e queijo e polenta com ovo e azeite trufado –, que culmina com o tartar de filé-mignon, ovo cru e cozido, cebola ralada, picles de pepino, alcaparras e azeite extravirgem. Sai por R$ 45 para duas pessoas. A carne bovina, que sempre foi forte no Piantella, vem com o mínimo de cinco filés-mignons. Além do poivre com batata sauté e arroz (R$ 75); ao molho de mostarda Dijon com cebola crocante e batata dauphine; parmegiana com espaguete na manteiga; ao molho roti com risoto de funghi (R$ 79 cada), ainda tem o picadinho de filé à moda da casa, um ícone por R$ 45. Com mais de 130 rótulos, importados pela Del Maipo, a adega oferece opções de harmonização que podem ser sugeridas por Bernardo, filho, sommelier formado pela ABS, que atuou no Piantas até o fechamento.


“Nós não ampliamos o cardápio de sobremesas, porque há uma extensa vitrine de doces na confeitaria. Só não poderíamos deixar de fora a banana flambada servida com sorvete de nata e o profiterole”, justificou Olnedy. Nesse ponto, lembrei que um dos orgulhos do restaurateur Marco Aurélio Costa era o de ter como clientes no Piantella três gerações: pai, filho e neto. Bom augúrio para o novo bistrô. Telefone: 3973-3636 e 99697-3636 (whatsapp).



Liana Sabo ~~ Correio Braziliense


 

 

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