Ainda vai levar um tempinho. Entrará em cartaz
apenas na primeira quinta-feira de 2022, dia 6. Mas será um programa
obrigatório para as férias de janeiro. Falo do filme Eduardo&Mônica, de
René Sampaio, inspirado na música homônima de Renato Russo. O longa tem tudo
para agradar a quem é apaixonado pela capital federal. E arrisco a dizer que
será um sucesso de bilheteria.
Já adianto que não se trata de spoiler. A história
do casal que marcou de se encontrar no Parque da Cidade é conhecida. Então,
todos imaginam o que vai rolar no filme. Mas é importante ressaltar a forma que
a nossa cidade é retratada e que nos leva a uma viagem no tempo. Relembrei
imagens marcantes da infância e adolescência, como Brasília era bem diferente
do que é hoje.
A tomada da ponte dos pedalinhos no Parque, por
exemplo, lembra bem como era na década de 1980, assim como o Setor Comercial
Sul, os antigos ônibus, a W3 mais bem cuidada e mais vazia. Uma capital federal
diferente, sem dúvida, sem os inchaços provocados pelo crescimento populacional
e ocupação urbana. Sigo gostando da Brasília de hoje, adoro a cidade, mas fico
triste em pensar que poderia ser um pouquinho diferente.
Veja a Avenida das Jaqueiras, entre o Cruzeiro e o
Sudoeste, por exemplo. Sequer existia na época de Eduardo&Mônica, mas hoje
carece de um cuidado maior. A escuridão à noite chama a atenção, e é motivo de
preocupação para a população que se arrisca a fazer uma caminhada à noite. O
mesmo vale para os estacionamentos do Parque da Cidade, por exemplo,
esburacados e que são uma ameaça a quem tenta caminhar ou trafegar de
carro.
Mas voltemos ao filme.
Todos os universitários brasilienses dos anos 1970, 1980, 1990 e 2000 se viram
retratados no longa. A cena de conferir e guardar a lista de aprovados da UnB,
nas edições do Correio, era uma marca registrada da época. Vários amigos têm a
relação até hoje. Uma sensação inesquecível. Posso garantir. É a memória da
cidade.