“Qualquer produtor rural pode manter colmeias na propriedade, independentemente de qual seja sua produção” (Carlos Morais, coordenador de Floricultura da Emater)
Evandro conta que, quando adquiriu o local, havia apenas pasto, apesar de o terreno ser acidentado. O núcleo rural fica em uma área conhecida com Serrinha do Paranoá, separada do lago pelo Setor de Mansões do Lago Norte. “Eu mesmo plantei essa agrofloresta aqui”, relata o produtor, mostrando com orgulho as imensas árvores, plantas e flores que dominam mais da metade do terreno.
As colmeias ficam espalhadas por todo o lote, tanto
perto de casa quanto na minifloresta. As espécies são tão diversas que uma
pessoa leiga pode confundir a abelha com um mosquitinho comum. “São abelhas que
não fazem mal nenhum, pelo contrário: além de polinizar as plantas ao redor,
produzem mel, própolis, pólen e outros produtos”, explica Evandro. Só no
cerrado, existem mais de 30 espécies de abelhas sem ferrão.
A chácara do casal é utilizada também como espaço
para eventos. “Com a pandemia, porém, tivemos que fechar, daí nossa fonte de
renda veio da venda de mel e da produção de caixas de colmeia”, revela Diana.
“A demanda é muito alta, tem muita gente querendo criar abelhas no Distrito
Federal, tanto na área rural quanto na zona urbana.”
De acordo com o coordenador de Floricultura da
Emater, Carlos Morais, a criação de abelhas tem vantagens econômicas e
ambientais. “Qualquer produtor rural pode manter colmeias na propriedade,
independentemente de qual seja sua produção”, detalha. “Elas polinizam as
plantas, e ainda há a possibilidade de elevar a renda extraindo mel e outros
produtos”.
Gastronomia: Por meio de uma
parceria com a Emater, o chefe de cozinha Vinícius Rossignoli esteve na
propriedade. Conhecido por seu trabalho de valorização dos alimentos do
cerrado, Rossignoli elaborou um creme composto de inhame, queijo cottage e
pólen, iguaria que vai bem com pães e torradas.
“Procuro produtores que tenham responsabilidade
ambiental”, diz o chefe de cozinha. “Os alimentos da nossa região são muito
variados e extremamente saborosos. Desde que comecei essa experiência, já
utilizei mais de 570 sabores do cerrado.”
Seu principal objetivo, conta Rossignoli, é
valorizar a culinária local e, ao mesmo tempo, trabalhar com conservação
ambiental. “Precisamos estar atentos, pois grande parte do cerrado já foi
destruído. Com isso, estamos acabando com nossa cultura secular. Cada
ingrediente novo que encontro, é uma nova história que posso contar”, conclui.