As expectativas estão altíssimas para o novo casal do pedaço: Liz e Ney.
Esses são os dois ursos-de-óculos do Zoológico de Brasília que já estão no
processo de adaptação para uma vida a dois. Ney vive no Zoo desde 2017, e Liz
chegou recentemente, em dezembro do ano passado, com a importante missão de
contribuir para a conservação da espécie, considerada ameaçada de extinção. O
processo de aproximação entre os dois indivíduos pode durar meses, dependendo
do comportamento de cada indivíduo, e ocorre sob monitoramento integral da
equipe técnica do zoo. (Equipe técnica do zoo monitora o processo de
aproximação de Liz e Ney)
Estima-se que existam menos de 20 mil indivíduos desta espécie no
ambiente natural. Ursos-de-óculos são considerados vulneráveis, de acordo com a
Lista Vermelha Internacional de Espécies Ameaçadas. Isso torna o animal
dependente de esforços pela sua conservação. Por isso, Liz e Ney têm um grande
propósito pela frente: integrar o programa internacional de conservação para a
espécie. Liz cumpriu 42 dias de quarentena, seguidos de exames realizados pelos
veterinários do zoo para, finalmente, começar a ser apresentada ao seu
simpático companheiro Ney. (Morador do Zoo de Brasília há cinco anos, Ney
calcula cada passo para conquistar a nova companheira)
Liz e Ney convivem na área externa
do recinto durante o dia, com seu comportamento sendo monitorado pelos
cuidadores e pela equipe da Gerência de Bem-Estar Animal; à noite, os animais
são separados. Mas essa separação ocorre somente durante a fase de aproximação.
Depois disso, a expectativa é que os dois já se acostumem com a ideia de viver
em par. A aproximação está dentro do esperado, e Liz e Ney respeitam o espaço
um do outro.
Urso-de-óculos: Conhecido
como “ukumari” pelos antigos incas, o urso-de-óculos (Tremarctos ornatus) é a
única espécie de sua família na América do Sul. Esse animal, que pode atingir 2
m de comprimento e pesar 200 kg, é um habitante das florestas, charnecas e
pradarias semiáridas nas encostas da Cordilheira dos Andes.
Apesar de estimativas mostrarem
cada vez menos desses indivíduos em natureza, devido à grande ameaça da caça
ilegal e destruição do habitat, o urso-de-óculos se reproduz bem em cativeiro.
Há um programa de conservação entre várias instituições ao redor do mundo.
Os machos são maiores do que as
fêmeas e apresentam a “máscara” de pelos brancos ao redor dos olhos mais
desenvolvida, daí o nome urso-de-óculos. Essa “máscara” se estende da face até
o ventre, sendo a pelagem espessa e totalmente negra no resto do corpo.