O pedido de adoção do passaporte da vacina para estabelecimentos comerciais provocou uma queda de braço entre empreendedores e produtores culturais contra entidades patronais que representam bares, restaurantes e hotéis.
A carta a favor da exigência do documento para a entrada de clientes nesses
locais reuniu mais de 100 signatários em dois dias. O abaixo-assinado será entregue ao governador Ibaneis Rocha (MDB)
na próxima semana.
Assinatura
virtual: O prazo visa dar mais tempo para que outros empreendedores e
líderes de coletivos culturais assinem o documento. Ontem, o Manifesto pelo
Passaporte da Vacina chegou à internet. Pelo site do deputado distrital Fábio
Felix (Psol), presidente da comissão especial da Câmara Legislativa que trata
da imunização contra a covid-19, os interessados podem aderir à campanha. Às
20h de ontem, o total de subscritos estava em 106.
Proximidade com o
setor: Em mais uma ocasião, Ibaneis se mostrou resistente à proposta. A nota
da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no DF e do Sindicato
dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares em Brasília (Sindhobar) divulgada
ontem confirmou a relação estreita que o setor mantém com o Palácio do Buriti.
O texto destacava que, até então, não existia qualquer indício por parte do GDF
de adotar a exigência.
Sem novos
decretos: Em novembro, porém, antes da proibição de pistas de dança e dos
eventos com cobrança de ingresso, uma norma do Executivo local sujeitava o
acesso a competições esportivas, shows e festivais à apresentação do
passaporte. Agora, apesar de se dispor a ouvir os signatários do manifesto, o
governador deu a entender que não pretende publicar novos decretos neste
momento de queda da taxa de transmissão da covid-19.
Medidas
adotadas: Presidente da Abrasel no DF, Beto Pinheiro (E) afirma: “Mesmo
pessoas vacinadas, como a maioria da população brasileira, podem contrair e
disseminar o vírus. Incentivamos a testagem e a campanha de vacinação, além do
cumprimento dos protocolos de segurança, como o uso de máscara e o
distanciamento”. E Jael Silva (D), presidente do Sindhobar, comenta: “Quem vai
pagar um funcionário extra para fiscalizar a apresentação do passaporte e ainda
lidar com conflitos? Defendemos o fiel cumprimento dos protocolos e das medidas
de segurança em nossos estabelecimentos, pois é isso que tem se mostrado mais
efetivo ao enfrentamento da covid-19, e não podemos afrouxar”.
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Renda média no DF
ficou entre as três melhores das metrópoles: Publicada nesta semana, a
sexta edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles mostra que, entre as 22
regiões analisadas, o Distrito Federal teve o segundo maior rendimento médio
por domicílio no terceiro trimestre do ano passado: R$ 1.994,15, atrás apenas
de Florianópolis (R$ 2.077,43). No caso da renda média por pessoa, o DF ficou
em terceiro lugar (R$ 299), atrás da capital catarinense (R$ 398) e de Curitiba
(R$ 323). O levantamento conta com o trabalho de pesquisadores das
universidades de Brasília (UnB) e Católica de Brasília (UCB), bem como do
Centro Universitário Unieuro e da Codeplan.
Indicadores
menores: O boletim também revela que, no período considerado, o rendimento
dos 10% mais ricos do Brasil foi 33 vezes maior que o dos 40% mais pobres —
acima do observado no primeiro trimestre de 2020, antes da pandemia (27 vezes).
Na análise da população que mora em lares com renda per capita de até 25% do
salário-mínimo, o DF teve a terceira menor taxa das 22 metrópoles brasileiras
listadas: 19,3%. Quanto ao ganho médio das famílias chefiadas por homens ou por
mulheres, Brasília registrou o segundo menor indicador de desigualdade entre os
sexos, com razão de 1,41 entre os proventos recebidos por eles e por elas.