A queda do número de casos positivos de covid-19
trouxe esperança aos brasilienses: o fim da obrigatoriedade de uso das máscaras
faciais em locais fechados. Ao Correio, o Governador do Distrito Federal,
Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que a pandemia da covid-19 está sendo monitorada,
e os próximos dados da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) são essenciais para
que tal medida seja implantada. Em 4 de março, o governo do Distrito Federal
(GDF) já havia desobrigado o brasiliense de usar a máscara em ambientes
externos, com a alteração do Decreto nº 40.648/2020. Mas ainda há dúvidas
quanto a liberação também para locais fechados.
“Vou aguardar até a próxima semana para decidir.
Tenho que esperar para ver se não teremos um efeito das festividades de
carnaval, em especial porque muitos brasilienses viajaram para outros estados e
para o exterior”, disse o chefe do executivo local.
Para o doutor em administração e pós-doutor em
ciência do comportamento pela Universidade de Brasília Breno Adaid, a
estratégia pode ser arriscada. “Estamos em processo de queda de casos. Algumas
medidas causam mais impactos (no contágio) que outras. Máscara em locais
fechados causa mais impacto do que em locais abertos. Porém, em meio a uma
tendência de queda fica mais difícil avaliar se houve interferência ou não nos
números. O fato é que, quanto menos máscara e mais movimentação,
consequentemente, maior contágio. Os casos estão caindo devagar, e, uma hora,
vamos estabilizar. Considero que o momento de retirada é quando chegarmos nesse
patamar”, explica Adaid.
O GDF se posicionou, por meio de nota, afirmando
que qualquer mudança partirá da avaliação de dados técnicos. “Todas as medidas
tomadas para combate ao coronavírus são baseadas em avaliações de
especialistas, critérios científicos e dados técnicos. A situação é monitorada
todos os dias, em tempo real. Quaisquer alterações nos protocolos vigentes
serão publicadas no Diário Oficial.”, diz o texto. No Brasil, o Rio de Janeiro foi
a primeira capital brasileira a retirar a obrigatoriedade das máscaras em
ambientes fechados e abertos. A medida foi anunciada na última segunda-feira,
por meio da rede social do prefeito, Eduardo Paes (PSD).
Pandemia: Nas últimas 24 horas, o Distrito Federal
registrou 470 novos casos positivos para covid-19. As informações foram
divulgadas após atualização do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde
(SES-DF), às 17h, de ontem. O número representa 595 infectados a menos do que
os divulgados pela pasta na última segunda-feira, onde 1.065 pessoas foram
confirmadas com o vírus. Vale ressaltar que o documento é divulgado somente em
dias úteis — de segunda a sexta-feira.
Porém o recorte negativo ainda assola a capital do
país. De acordo com a secretaria, o DF contabilizou mais cinco mortes em
decorrência do novo coronavírus. Três vítimas eram do sexo feminino, e duas
do masculino. Destas, quatro possuíam comorbidades e estavam internadas
em hospitais do estado. Ao todo, 11.482 mil vítimas morreram na capital do país
desde o início da pandemia.
Transmissão: A taxa de transmissão da covid-19
repetiu o índice de segunda-feira e ficou em 0,61. O número demonstra que um
grupo de 100 pessoas podem infectar outras 61. Quando o índice está abaixo de
1, confirma que a pandemia está controlada. O total de infectados na capital
federal chegou a 686.632. Desde o início da pandemia, a SES contabiliza que
mais de 611 mil são moradores do DF, 36 mil do Goiás, 8 mil de outros estados e
30 mil estão em investigação.
Já a média móvel de
infecções está em 973, o que representa uma queda de 67% com relação a 14 dias
atrás. Mas a média móvel de óbitos está em 13 — isso representa um aumento de
4%, indicando estabilidade na comparação com o cálculo de 14 dias atrás.