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Celebração do nascimento de Buda reúne praticantes de Tai Chi Chuan

Celebração da harmonia. Praticantes de Tai Chi Chuan se reuniram na tarde de ontem para o Vesak, evento que celebra o nascimento de Buda

 

“O Tai Chi Chuan é uma arte milenar que se perpetua ao longo das gerações. É a meditação em movimento, que tem espaço para todos os credos e religiões.” Essa é a definição da arte marcial Tai Chi Chuan para o Grão-Mestre Moo Shong Woo, fundador da Associação Being Tao (ABT), durante o Vesak, celebração pelo nascimento de Buda. O evento ocorreu na tarde de ontem na Praça da Harmonia Universal, na Asa Norte, e contou com a presença de praticantes da arte marcial, além de representantes das embaixadas do Nepal e Sri Lanka.


O evento ocorreu após dois anos suspenso em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Para mestre Woo, a retomada da cerimônia é um marco para a conscientização dos cuidados necessários com a saúde. “É um momento muito especial, pois podemos celebrar a nossa união, e sobretudo o nosso bem mais precioso, que é a saúde. Nós, humanos, precisamos compreender que nossas vidas não são os bens materiais”, afirma.

O cuidado pela saúde é o que incentiva a aposentada Igora Galvão Revoredo, 91 anos. “Conheci o Tai Chi Chuan e o budismo por meio de uma amiga, que veio me visitar em setembro de 2014. Ela me chamou para praticar a arte aqui na Praça da Harmonia Universal, e nunca mais parei. Ajuda a manter meu corpo ativo e me dá qualidade de vida. Gosto de estar em movimento, e me encontrei nessa cultura milenar”, garante a moradora da Asa Norte.


Para o Monge Sato, que foi regente do do Templo Shin-Budista de Brasília por 25 anos, a prática do Tai Chi Chuan é uma forma de o ser humano tomar consciência do seu espaço no mundo. “Quando falamos em meditação, pensamos em um momento mais contemplativo e abstrato, contudo, o sentido é inverso. É por meio do reconhecimento do nosso papel é que entendemos a necessidade da paz e da harmonia entre as culturas, especialmente no momento em que vivemos em meio a tanta violência, raiva e conflitos. Não há paz mundial sem a harmonia universal”, explica.

Rabindra Rajbhandari, encarregado de negócios da Embaixada do Nepal em Brasília, salienta os fundamentos vividos pelos praticantes da arte do Tai Chi Chuan. “Buda deixou para nós seus ideais e ensinamentos que guiam a humanidade para o fim do sofrimento e para uma vida mais feliz. O Tai Chi Chuan traz ensinamentos do budismo que guiam as pessoas à felicidade, paz, união e ao fim das guerras no mundo”, destaca.

O prefeito da 104 Norte, Antônio Sérgio Cangiano, 67, lembra que a prática é importante para compreender o real sentido da tolerância. “É por meio de uma arte como o Tai Chi Chuan que aprendemos a colocar em prática o amor pelas pessoas, e conviver em harmonia. Há 48 anos ocorrem os encontros na praça, e aqui mantemos um projeto de saúde intergeracional, ou seja, para crianças, jovens, adultos e idosos. E pretendemos unir ainda mais essas pessoas por meio de novas ações, para, desse modo, usufruirmos de um espaço que é nosso”, salienta.


Sarah Peres – Foto: Ed Alves/CB – Correio Braziliense


 

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